POLTRONA VAZIA

POLTRONA VAZIA

Lá está ela, sentada naquela velha poltrona em frente a janela.

Seus cabelos brancos desalinhados, e aquele vestido estampado bem desbotado pelo tempo, que ela nem se deu conta.

Seu olhar triste percorre o céu e as copas das arvores, pois é só isso, que ela consegue ver.

Fica ali por algumas horas.

O silencio é perturbador, e só é quebrado quando ao longe ouve se gritos de crianças brincando ou cachorro da vizinha latindo.

Mas ela continua ali, com suas lembranças do passado, de sua infância e dos seus filhos quando eram pequenos.

Logo ela se levanta com um gemido, e vai se apoiando nos moveis até a cozinha. Toma um copo de água, quase se afoga e tem uma crise de tosse.

Fica ali se apoiando em uma cadeira até sentir se melhor, então volta arrastando seu chinelinho para o mesmo lugar.

Lentamente fica de costas para o velho sofá e solta corpo de uma só vez e com um gemido de alivio, descansa.

Volta a olhar pela janela, mas em poucos minutos está cochilando com a boca aberta e a cabeça caída de lado.

Assim passam as horas e cai a noite. Ela desperta e sente um vazio no estomago, se levanta novamente com dificuldade e vai para a cozinha.

Lá ela pega uma panela e alguns legumes e com suas mãos tremulas faz uma sopa rala e sem nenhuma sustância. Coloca em uma tigela, e come com dificuldade.

Enquanto come pensa: Porque estou só? Onde estão meus seis filhos?

Que Saudade dos meus netos! Faz meses que ninguém aparece aqui! Será que estão todos bem? Minha neta ia se casar..., mas ninguém veio me buscar!

Suas lagrimas se misturam com a sopa, e ela termina sua refeição.

Apaga as luzes, caminha no escuro apalpando as paredes em direção ao quarto, senta se em sua cama e suspira aliviada pelo cansaço da caminhada.

Ela só queria descansar!

Se ajeita na cama e Dorme...

miriam rufino
Enviado por miriam rufino em 17/02/2024
Código do texto: T8001243
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.