Meu Carnaval Ideal II - Versão Pessoal
Tempos atrás tinha escrito um conto sobre o carnaval ideal de um jornalista que tinha que escrever sobre isso e não havia nenhuma ideia na cabeça. Era como se estivesse vendo seu palácio mental se fechar e ficasse do lado de fora sem aríete nem drone pra ajudá-lo a derrubar os portões deste mesmo palácio.
O problema que aquela produção foi tão horrorosa a ponto de ser digna do Prêmio Framboesas de Ouro. Só não digo palavrões chulos porque tem pessoas de boa estirpe que certamente lerão a história (ou não!!).
No entanto, agora que estou um pouco mais, digamos, maduro pra esse tipo de coisa, poderei ter uma nova oportunidade de falar sobre um evento que não é muito minha praia (e olha que moro em uma, tá!!): o Carnaval.
Como diria meu chapa lá da América, um tal de Clint Eastwood, existem dois tipos de pessoas neste mundo: os que pulam Carnaval e os que ficam longe dele, preferindo um retiro espiritual nas montanhas, uma ida no campo ou uma ficada em casa mesmo, vendo séries, filmes ou até mesmo lendo livros de todo tipo, desde papel até o celular passando pelo computador.
No meu caso, escrevendo outra crônica enche-linguiça por falta de ideias com mais embasamento.
Estou no mundo das palavras desde que me entendo como gente e através delas, crio meu carnaval ideal.
Não necessariamente nas histórias literárias, mas nas palavras cruzadas também, que aliás é uma boa dica pra passar o Carnaval. Bota o cérebro pra trabalhar e mantêm os neurônios bem afiados.
Voltando um pouco ao boi congelante, uso as palavras (ou tento fazer isso) pra sambar nas análises, puxar a bateria de contos e crônicas tendo o mundo como samba-enredo e os livros na comissão de frente.
E como nos desfiles, qualquer erro cometido é perda de pontos e no clichê mais grave, a desclassificação do livro.
Por essas e outras que meu carnaval ideal é um retiro espiritual aos sebos, livrarias e bibliotecas da cidade que são realmente os meus lugares.
Em outro lugar, sou apenas um sambista fora de ritmo e um passista fora do compasso.
E também um péssimo puxador de enredo.
Ainda assim, admiro quem gosta de Carnaval. É o mundo deles, a praia deles, a felicidade deles.
Mas quem sabe juntando forças não tiramos nossas notas 10, né? Cada um a seu ritmo e a sua maneira de encarar o Carnaval.
Assim é a felicidade. Assim é o Carnaval.
Que tragam bons fluidos a todos nós.