Preservem nossos ouvidos!

 

Chego na beira do mar, com um bom livro na mão, a fim de curtir um boa literatura ao som das ondas, do vento, do alarido das crianças, dos jovens praticando esportes com a bola, da conversa dos banhistas...

 

Que nada! Deus do Céu, é gente ouvindo "música", em alto volume, naquelas malditas caixas de som pretas portáteis. Obviamente, um grupo de jovens ouvindo funk. E, para confirmar que o cara não fica bom só porque ficou velho, um representante da terceira idade do outro lado escutando gauchesca. Mas bah, vivente, me caiu os butiá dos bolso da bombacha!

 

Saio dali em busca de paz e encontro pagodeiros e, mais adiante, sertanejos universitários. Ninguém, pelo amor de Deus, pelo menos roda Led Zeppelin? Deep Purple? Raul? Legião? Engenheiros? Mozart? Dilermando Reis? Chico Buarque? Zeca Baleiro? Apesar de que, sou obrigado a admitir, nesse momento qualquer tipo de música ou canção se torna ruim devido ao desaforo e desrespeito da poluição sonora a macular esse santo pedaço do litoral gaúcho.

 

Desconsolado, observei as belas e conscientes obras do artista Paulo França nas areias da Guarita (foto acima), o Preserve Torres, e pensei: preservem nossos ouvidos, pelo amor de Deus! Esta poluição sonora nas praias gaúchas está demais, um baita dum desrespeito com os veranistas. Essa gente inconveniente não se toca, só tocam em alto volume. Argh!

 

Postei no whats do Clube do Livro a foto abaixo assim que cheguei na praia e coloquei as cadeiras na areia. Pois a coisa está disseminada de tal forma, que o primeiro comentário recebido foi: "Imagino tu aí, com um funk de um lado e um sertanejo universitário do outro, a todo volume". O colega de letras adivinhou!

 

Sim, eis que isso virou uma epidemia sonora, um martírio para os ouvidos que buscam a paz e a tranquilidade do contato com a natureza.

 

Um bom final de semana para todos. Cuidem-se, vacinem-se, vivam e fiquem com Deus.