Série – Curiosidades Literárias – Cap.#05 – Crônica: “Frankenstein – o médico ou o monstro?” – Renato Cardoso

Fonte: https://entrepoetasepoesias.com.br/2022/09/28/serie-curiosidades-literarias-cap-04-cronica-frankenstein-o-medico-ou-o-monstro-renato-cardoso/

Nas décadas de 60, 70 e 80 eram comuns as parcerias artísticas, quem não lembra de Vinícius de Moraes, Tom Jobim e Toquinho? Imagina como deveria ser animado o bate-papo entre eles? Muita música, poesia, bebida e inspiração. Sabia você, leitor, que no século XIX os grandes escritores ingleses também se reuniam e trocavam ideias?

Em uma dessas reuniões, Mary Shelley, John Polidori, Percy Shelley e Lord Biron fizeram uma aposta um tanto quanto inusitada. Apostaram quem conseguiria escrever a melhor obra de terror da humanidade. E foi graças a isso que ganhamos a grande obra clássica, Frankenstein. Quem fez o grande ato foi Mary Shelley.

Mary (1797-1851) foi uma escritora inglesa, considerada, por tal obra, a precursora da ficção científica. Aos 17 anos, ela conhece Percy Shelley e como ele passa a viver, até casarem-se dois anos depois (data da aposta). Ela era filha do filófoso William Godwin e da escritora e feminista Mary Wollstonecraft.

A primeira edição de Frankenstein foi lançada em anonimato em 1818, pois a escritora ficou com medo das críticas (embora tenta sido um sucesso entre os críticos). Por outro lado, há quem diga que foi devido a fama dos pais dela. O sucesso foi completo quando a obra literária foi adaptada para o teatro, ainda em 1823, sendo considerada a obra-prima do gótico romântico.

O livro Frankenstein não teve esse como seu primeiro nome, que poderia ter sido “O Prometeu Moderno”. A obra conta a história de um jovem médico que dá vida a uma criatura horrenda, sem nome específico. Todos a conheciam como “Monstro” ou “Criatura”. O monstro encontrou muita dificuldade de viver em sociedade, pois todos o rejeitavam.

Mas é o nome? Afinal, você está lendo esta crônica por causa disso. O nome Frankenstein era o sobrenome do médico que o criou, Victor Frankenstein. Mas como Mary Shelley chegou a este nome? Simples! Frankenstein existe. “Nossa! Como assim?!” – você deve estar se perguntando. Frankenstein é um nome de um castelo, que existe até hoje, na Alemanha. Inclusive, a autora esteve lá, e daí surgiu o nome do livro.

A obra ainda traz discussões a respeito da ousadia do ser humano de brincar de Deus, ou seja, de se tornar um criador e sobre, na época, a transfusão de sangue (a primeira foi realizada no mesmo ano em que o livro foi publicado). Outra curiosidade sobre o querido monstro é que ele não era verde e sim amarelo claro.

Frankenstein teve outras importantes contribuições para o mundo da literatura, pois foi devido a aposta citada no início da crônica, que Polidori criou um outro estilo dentro do gênero terror, o de vampiro, quando escreveu The Vampyre.

A obra de Mary Shelley teve diversas adaptações para o cinema e teatro, até em desenho animado, quem não lembra do célebre episódio do Pica-Pau?! Mary Shelley faleceu em Londres vítima de um tumor no cérebro em 1 de fevereiro de 1851. Que outras apostas literárias sejam feitas.

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