DENGUE E OUTROS MALES
Ano após ano os acontecimentos se repetem como se a nossa capacidade de influir no andar da carruagem não fizesse a menor diferença.
Claro que não estou falando nos fenômenos climáticos, mas nas consequências deles.
Todos nós sabemos, principalmente o poder público, que desde sempre, por aqui no Sudeste, cada verão trará chuvas intensas, alagamentos, deslizamentos de barreiras e outros males inerentes ao uso indevido do solo, à falta de vias desobstruídas para as águas e pelas construções ilegais em locais inadequados.
Em Pernambuco, minha terra natal, aonde o calor nunca sai de férias, temos os surtos das doenças transmitidas pelos mosquitos hematófagos que, aproveitando o aporte de água das chuvas nos rejeitos humanos próprios para o acúmulo dela, como pneus e quaisquer outros recipientes jogados ao relento pelos irresponsáveis sem educação, se multiplicam sem controle.
Agora aparece no noticiário a “maravilhosa” vacina contra dengue. Será que teremos outra leva de crianças com microcefalia? Se considerarmos a população em duzentos e onze milhões de indivíduos e a compra na ordem de um milhão e setecentas mil doses fica difícil justificar o alarde que o SUS faz, salvo se é para se isentar de culpa sobre os efeitos deletérios da tal “vacina”.
Independente da época do ano, vemos com preocupação o exponencial aumento da população dos ratos urbanos, graças à disponibilidade de alimentos descartados pelos muitos restaurantes, lanchonetes, padarias, residências etc. que poderiam ser contaminados com raticidas, mas tendo em vista que servem de repasto para os párias da sociedade humana que utilizam as sobras deixadas nas latas de lixo ou nos lixões para não morrerem de fome, teríamos uma verdadeira catástrofe, ou genocídio (se usarmos o termo vigente) e também há, por toda parte, os potinhos de rações para cães vadios que os ratos também apreciam.
Antes as corujas, cães e gatos faziam o controle biológico, mas com o desmatamento para o aumento das cidades as corujas desapareceram, as casas com quintais onde se criavam os cães cederam o espaço para os prédios de apartamentos. Talvez seja mais efetivo permitirmos que os gatos voltem a fazer esse controle caçando os ratos para matar a fome, se suprimirmos o fornecimento das "maravilhosas e supercompletas" rações, ricas em fibras e alto teor de sal (NaCl) para animais (ex) essencialmente carnívoros.
Anos atrás, livres e autônomos, os gatos eram postos para fora de casa ao anoitecer, faziam serenatas para suas amadas sobre os telhados e, competindo com as corujas e os cães, caçavam os ratos.
Hoje, escravizados como os infelizes cães, estão castrados e confinados nas residências, ganham ratinhos de brinquedo para ocupar as horas vazias de suas existências inúteis.