O SAMBA CONTINUA
Francisco de Paula Melo Aguiar
A felicidade dos três dias de carnaval terminou e a vida real continua.
Nota dez em alegorias, cores, trejeitos, gingas, cartões de débitos e ou créditos...
Frangas e frangos soltos na avenida da vida como ela é.
E assim o samba continua.
A máscara do disfarce desaparece sem saber o que tem por trás do espelho.
E onde está a imagem que aparece por trás do espelho que não vemos?
A partir de hoje alegria postiça dá lugar a "felicidade" real de cada indivíduo.
Na religiosidade católica tem lugar a missa de cinza para confirmar que a humanidade é pó e assim voltará para Deus.
Tudo é tradição e invenção copiada e reproduzida...
É tempo quaresmal, tempo de voltar para Deus.
E por que não permaneceu em Deus antes, durante, e depois de comer, beber, dançar e se achar feliz ou infeliz? Isso não nos afasta Dele.
Assim o jejum, a caridade e a oração é o caminho ou trilha do itinerário preparatório dos fiéis até a Páscoa do Senhor.
Ao falar em caridade vem ao nosso imaginário, por exemplo, o caso do dinheiro doado ao Hospital Padre Zé Coutinho, que desapareceu, sumiu e ninguém viu...
Pasmem de tanta religiosidade, jejum e caridade com dinheiro alheio...
A caridade, a oração e o jejum durante os quarentas dias de sofrimento e contestação de Jesus Cristo perante a humanidade santa e pecadora, assim tem continuidade anual com a Campanha da Fraternidade.
A família é como a humanidade desumida jamais será unida...
O mundo continua assistindo a matança nas guerras que financia para matar, existentes na atualidade, sem saber o porque de tanta insanidade onde todos alegam que tem razão de ser.
A guerra da Rússia X Ucrânia já nem se fala mais...
E na Terra Santa a coisa está feia, a guerra de Israel X a Faixa de Gaza, não tem onde o Filho de Deus descansar a cabeça um só grau de segundo com tantos bombardeios, mortes de inocentes, indigentes da sorte de ali ter nascido na Terra onde um dia nasceu o Salvador do mundo, porém, até hoje Ele é ignorado pelos seus naturais e quiçá a humanidade.
E assim o samba continua em versos e prosas nos textos das religiosidades que puxam a brasa para suas sardinhas.
As versões das reflexões diversas compõem as discussões a procura da verdade que a humanidade quer, porém, não aceita unir as versões em uma única versão para todos com paz e amor...
Aí tem acampamentos e carnavais da paz da nova e da velha consciência espiritual e cristã.
O roncar e o silêncio dos tambores com ou sem reflexões, religiosidades e ideologias vivas ou mortas, tem força cultural formal e informal como anestesia onde "as palavras têm a leveza do vento e a força da tempestade ", segundo pensamento do francês Victor Hugo (1802-1885), romancista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista e ativista dos direitos humanos.
Tem verdades diferenciadas para todos os gostos em decantação da felicidade que não se encontra fora de nós no samba do Carnaval, das religiosidades, dos partidos políticos, dos governos laicos ou não, da ciência, etc.
Assim será o tempo achado e ou o tempo perdido?
Não, porque a verdadeira felicidade encontra-se encantada no nosso interior individual, assim mesmo no meio da multidão do samba ou das religiosidades em reflexões ou não, dos governos e dos partidos políticos, nas escolas, nas empresas, nas famílias e no mundo em tempo de paz ou de guerras, os indivíduos são únicos e assim nascem, crescem, vivem, se adaptam, morrem e voltam ao pó como as cinzas da quarta-feira do pós Carnaval.
E o samba continua...