Máscara de palhaço na chapeleira

 

O que ocorreu com Waldemar Silas, Palhaço Pimpão?

Moro na Praia Grande/SP, há 4 anos, no auge da Epidemia de Covid, confinado em casa em São Paulo, fugi com minha companheira, Jô Muniz para a Praia Grande.

Sumi da rede, não atendia telefones, não abria um simples email.

 

Cansado de ver notícias ruins, mortes, perdi familiares, amigos. Mas resisti, agora retornando sem pressa, um longo caminho.

Segunda-feira de Carnaval, na Praça da Matriz, a apresentação do Circo Rebote, e eis que surge: Érika Mesquita, a Palhaça Berinjela.

Arte Popular no mais simples espaço na rua. Berinjela envolve a platéia, seduz, os faz caminhar nos mistérios da alegria. Os celulares desaparecem.

Veio forte na memória, o Palhaço Pimpão, Waldemar Silas, do Teatro Casarão, no qual jovem tive o orgulho de participar. Nele conheci, César Vieira, autor e criador do TUOV. Perdemos César no final do ano passado. Sua obra continua viva.

Na praça, Beringela, traz a Commedia dell´arte, feita por artistas de rua, que tinham uma natureza nômade e apresentavam-se muito em feiras e espaços públicos, logo, tinham que ter uma linguagem que o permitissem sobreviver de sua arte.

Lágrimas correram soltas, lembrei de minha juventude, com o Palhaço Pimpão, "O Aniversário do Palhaço". Waldemar Silas desapareceu em Itanhaém, fuga, retirada estratégica. Sumiu, mas sua arte, alegria está presente. Nas praças, esquinas, ruas, vivemos juntos ao povo!