*Saudosos Carnavais*
[Ação# M#]
Introito:
E lá se vai mais um dentre os tantos outros que já se foram. Os de antanho, saudades deixaram. Saudades dos decantados – em verso e prosa – “Amores de Carnaval”, bem como, as saudosas Colombinas e Pierrôs – um personagem famoso da antiga comédia italiana que viera a se apaixonar por uma brasileira Mulata Colombina. Então, a ópera italiana quedou-se ante o samba brasileiro, originando uma tarantela carnavalesca de eternas saudosas lembranças de uma deliciosa Pizza/Samba! E se foram meros amores de carnaval – podem crer sim que: valeu a pena amar! Se terminou na quarta-feira de cinzas, guarde as cinzas para cinzelar sua testa e relembrar o quão foi gostoso gozar – o quão foi gostoso amar e ter sido amada! Valeu sim a pena: creia, valeu a pena sim, valeu!...
Eram carnavais nos quais os compositores se esmeravam na criação de poemas de satíricas letras, torrando os políticos ladrões de antes. (Pena que, hoje, não mais existem políticos ladrões. Desta piada, até eu rio!). Havia as letras – hoje proibidas – que, e em tom de brincadeira satirizavam as variadas opções sexuais. E tudo isso – convenhamos lembrar – era levado como sendo uma mera brincadeira de carnaval. Vamos relembrar algumas satíricas letras, vamos?
- [Maria sapatão, sapatão, sapatão / De dia é Maria de noite é João] [Nega do cabelo duro / Qual é o pente que te penteia] [ Olha a cabeleira do Zezé / Será que ele é? Será que ele é? Neste trecho há um intervalo melódico em que a galera, entre risos, respondia à pergunta, gritando: Bicha! (E tudo era uma mera brincadeira de carnaval.) [Nêga do cabelo duro/ Que não gosta de pentear/ Quando passa na Praça do Tubo/ O negão começa a gritar] [...]
Era uma época que predominavam os armários trancados. Aqueles ou aquelas – com as opções tidas como diferentes – viviam trancando as suas opções sexuais em um armário com sete chaves. Os que não assumiam a sua opção, no carnaval se esbaldavam. Se travestiam de mulher para viver no carnaval todos os seus sentimentos oprimidos. Terminado o carnaval, e lá estava o machão, posando de terno e gravata que escondia todo o seu gosto e opção de vida que queria viver. No íntimo, todavia, as tristezas permaneciam por todas as perseguições sofridas e por não poder gritar, para o desumano mundo, que ele é um ser humano igual aos demais que o preconceituavam!
E as mulheres (Coitadas e reprimidas mulheres!) que – tidas como sendo sapatões – esperavam o carnaval para, também, satisfazer o próprio ego ao se vestirem de homem e se esbanjar na avenida. Terminado o carnaval, lá estavam elas – com vestidos bem femininos – lubrificando as portas dos seus enferrujados armários do preconceito reinante ao se fantasiarem de mulher, para esconder a opção tão desejada e almejada!
Tudo isso, hoje, é um pretérito que saudades não deixou! Agora, tudo aquilo que era proibido, não mais é. O famigerado bullying, uma tonta tolice copiada pelos tolos brasileiros que, nem sequer falam o idioma pátrio, mas têm a utópica fantasia de copiar termos estrangeiros – os estrangeirismos que, hoje, abundam nas vazias mentes – caíram por terra. E haja letra para compor os termos de opções sexuais vigentes. O LGBTQIA+ já não comporta tantas declaradas opções sexuais.
Se aprovo? Quem sou eu para condenar? Se o próprio Papa apoiou, claro que assino embaixo. E vivas ao Papa dou ao abençoar quaisquer que sejam as provas de amores praticadas. Palmas, portanto, para o Papa, pois todas as formas de amor valem a pena serem vivenciadas!
Parte I:
Das saudades dos Carnavais de antanho, vale lembrar das pomposas e brilhantes fantasias. Os clubes promoviam os Concursos de Melhores Fantasias, onde o imaginário era coberto pelas vestes. Nos atuais carnavais, não há o concurso de fantasias. Há o Concurso de Bundas onde a abundância das bundas predomina a abundar o ambiente, quando, então, elas tapam (Eu escrevi tapam? Perdão pelo lapso!) a perseguida com um minúsculo ‘Band-Aid’. O orifício traseiro é tapado (Ops!) por uma linha de pescar. No peito, todavia, há uma hipócrita frase em letras garrafais: -Não é não!
Por favor, não queiram jogar-me à fogueira da inquisição pelo que estarei descrevendo nesta minha Crônica da Saudade dos Velhos Carnavais. Não é minha intenção tecer apologia ao assédio, nem tecer loas às idiotices dos parvos homens que – erroneamente, diga-se – aproveitam-se do momento para alisar as perseguidas e as expostas bundas que abundam! Não é a minha intenção!
Há, todavia, vários fatores e, dentre eles, um em especial. Se aquele que provocou o assédio for – como eu – um Zé Mané com dois ‘P’, a saber: Preto e Pobre, estará ‘tudido” e mal pago. A vítima – aquela que traz no peito a frase “Não é não”! – colocará a “boca no trombone” chamando a Polícia e apresentará a denúncia de assédio sexual. Palmas para ela dou-as! Tem que denunciar!
Imaginemos, contudo, que o assediador seja o Neymar. Aí, convenhamos, a coisa muda. A “boca no trombone” – que antes fora acusatória para prender o Eu Zé Mané – irá se abrir em largos sorrisos, bem maiores, diga-se, que a própria cara, dizendo: -Oi, Neyzinho! E aí? Está a fim? – diz-lhe enquanto se oferece! Para esta mulher não bato palmas! Dela tenho um tremendo dó!
Não quero generalizar, mas as pudicas mulheres que hoje, ainda restam – bem como as de antanho – haverão de dar-me razões pois quero explicar o porquê – não sem antes demonstrar dois conceitos que fazem parte do contexto, ou seja: o Direito Público e Direito Privado.
Direito Públicoó Relativo ao povo, à população em geral, do domínio de todos; que pode ser usado por todas as pessoas [...]. O termo “coisa pública” é uma expressão latina que significa “coisa do povo” e que pode ser usada por todos.
Direito Privado ó Aquilo que não é de âmbito público; particular: De uso restrito a algumas pessoas: área privada. De teor pessoal, íntimo [...].
Quando criamos algo: uma música – um poema, uma obra literária, uma tela na qual retratamos as nossas inspirações – estamos exercendo o livre direito de patentearmos, ou não, a nossa criação, para exigirmos os devidos direitos autorais privativos. Isso é algo privado. No entanto, se não patentearmos as nossas obras, automaticamente, as tornamos públicas que – tanto faz que estejam nas classificações de Pública ou Privada – estarão sujeitas aos usos e às críticas dos entendidos que darão os seus pareceres críticos de boas ou ruins às obras expostas e até tocá-las (Este verbo tocar será importante para o devido entendimento do texto.) e modificá-las!
É isso que, no momento, está acontecendo com uma grande parcela de mulheres. Elas estão se expondo muito ao “abrir mãos” do seu sacrossanto Direito Privado e, consequentemente, tornando-o em Direito Público que – como bem vimos no parágrafo anterior que: “coisa pública” é uma expressão latina que significa “coisa do povo” e que pode ser (No que acrescento o verbo tocar.) usada por todos. Portanto, valorize seu Direito Privado não o tornando um Direito Público!
Parte II:
Na época de carnaval, algumas – não quero generalizar – se expõem ao máximo do que seja possível a tal ponto de trucidarem a imaginação masculina na busca do imaginário. Imaginário não existe mais – tudo está exposto! Isso está tornando o relacionamento Homem/Mulher em algo temeroso. O diminuto e quase extinto gênero masculino, está – aos poucos – desaparecendo do mapa. Notaram que nesse Carnaval, ora findo, nas ruas e avenidas, a sua grande maioria era de mulheres? Os poucos e medrosos homens estão receosos até mesmo de lançar aquele olhar de pidão e, por isso, vierem a ser enquadrados como assediadores.
No Carnaval do ano passado, a Rua Sapucaí, em Belo Horizonte, estava “pegando fogo”. Em meio à multidão havia uma foliã – muito bonita, por sinal, e que não precisava de usar tais artifícios, para atrair a atenção do público presente e especialmente dos homens que babavam com o espetáculo apresentado. A foliã – no afã de aparecer – usava uma fantasia idêntica à descrita no parágrafo IV desta crônica, onde descrevi que: “predominam a abundância das bundas que abundam, quando, então, tapam (Tapam?) a perseguida com um minúsculo ‘Band-Aid’. O orifício traseiro é tapado (Ops!) por uma linha de pescar. No peito, todavia, há uma hipócrita frase: -Não é não!
E a foliã da Sapucaí não estava nem aí! Não satisfeita, ela pega o mínimo ‘Band-Aid’ e o afasta para, em seguida, deixar exposta totalmente a perseguida. Não deveria, mas repito: no desnudo peito estava a hipócrita frase: -Não é não!
São casos isolados, como o descrito, que denigrem assustadoramente o lindo conceito e respeito que se deve ter para com as mulheres. Respeito tem e merece, aquele que faz uso do respeito, respeitando para ser respeitado!
Outro exemplo de falta de respeito próprio: A cantora Anita mandou tatuar na abundante bunda a palavra love! Mas há um detalhe importante: não tatuou a letra ‘O’ que fora substituída pelo seu orifício anal. Penso que no peito, também, deve estar ostentada a frase: Não é não!
Parte III:
Estamos caminhando a passos largos para uma Nova Era, uma era na qual a procriação dar-se-á num laboratório onde um casal de mulheres – ou “homens” tanto faz – buscará encontrar o material genético, para satisfazer as suas vontades de se tornarem “pais”.
-Doutor, nós queremos um sêmen que possa nos dar um bebê de morena cor, com olhos azuis e cabelinhos encaracolados como os Anjinhos da Capela Cistina! – pedirão, enquanto dão gritinhos de erotismo incontido!
Epílogo:
Quero encerrar esta minha crônica comentando um fato acontecido na boa terra, a Bahia!
Neste carnaval que está dando o seu canto do cisne, houve na Bahia uma cena dantesca e animalesca cometida por onze animais irracionais que se dizem homens. Eles estupraram uma mulher dentro de um banheiro químico. As onze Bestas do Apocalipse se exultaram com o feito que não considero animalesco, para não ofender aos animais tidos como sendo irracionais. Não são! A bisonha humanidade deve aprender muito com os irracionais para vir a ser humana como o Criador pretendia que fossemos!
Recebam – aberrações humanas – todo o meu repúdio pelo irracionável ato cometido!
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Imagem: Google