NINHO ESPATIFADO, QUE PENA!

Estou de férias e aproveitando meu tempo para usufruir uma companhia adorável.

Estou com minha mãe passando uns dias na casa de minha irmã na Capital.

Ela adora estar comigo e eu com ela.

Dormimos no mesmo quarto; conversamos muito; caminhamos todas as manhãs e nadamos todos os dias. Geralmente à tardinha descemos para a piscina.

Hoje quando fomos caminhar íamos conversando quando vimos um ninho caído na calçada.

Foi conseqüência da chuva e da ventania de ontem.

No ninho espatifado jaziam dois seres inertes. Dois lindos filhotes já emplumados que estavam prestes a voar.

Que pena!

Senti uma repentina tristeza, porque pensei que aquelas pobres aves não chegaram a voar, a enfeitar o céu com seus vôos e nem alegrar as pessoas com seus cantos.

Nesta região vemos muitos sabiás, bem-te-vis, joão-de-barro.

Os filhotes eram grandes e bonitos, suas penas eram pretas e brancas. Eu costumo chamar estes pássaros de carijós, pois desconheço o nome. Eles cantam belamente e na região onde minha mãe vive no interior costumam aparecer muitos.

Ela comentou no caminho que está muito saudosa de sua casa e eu comentei que também estou com saudade da minha casa, do meu cantinho, do meu jardim, da minha rede, do meu pc, da minha sala envidraçada, do vento sul que chega todas as tardes...

Eu sei que fugi totalmente do assunto aqui nesta crônica.

Mas é que os dois passarinhos me entristeceram um pouco naquela hora e me fizeram pensar muito em meu lar.

Nos meus dois filhotes...Meus tesouros.

Um já se casou e deixou o ninho, mas está sempre me visitando. O outro está se preparando para o vôo, mas ainda me encanta a vida com sua adorável companhia.

Tomara que nosso ano seja ótimo, que ele se forme com louvor, que é o que pretendemos.

Os dois filhotes de pássaros não puderam experimentar o voar...

Talvez tenham deixado uma mãe a chorar...

Pássaros devem chorar também, em seus coraçõezinhos de pássaros.

Bem, a vida segue, novos ninhos surgirão. É a lei da vida, da seleção natural...

Não sabemos ao certo, mas tudo tem uma razão de ser.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 02/01/2008
Reeditado em 25/03/2011
Código do texto: T799802
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