Erros de Português? III

Dois velhos conhecidos encontram-se e trocam saberes sobre a vida.

- Essas nossas conversas têm produzido frutos. Eu posso dizer “eu informo você”, mas não devo dizer nem escrever “eu informo ele”. Devo usar “eu o informo” ou “eu informo-o”. Estranho, não? Quem segue?

- Eu tenho acompanhado algumas discussões no Instagram sobre linguagem popular, a forma coloquial, e linguagem culta. Ocorre que muitas vezes a forma popular está errada, mas os politicamente corretos “passam pano” como se diz.

Argumentam que “vou na feira”, “vou no banco”, “vou na farmácia” são formas populares, mas não dizem que estão erradas. “Vou à feira”, “vou ao banco”, “vou à farmácia”. É chato? É complicado? Mas é o certo!

- Sei como é. O medo de perderem seguidores quando afirmam que tal forma está errada, embora seja comum. Por exemplo, “agradeço o presente”, e não “agradeço pelo presente”. Esse “pelo” está sobrando.

- Ontem eu li no jornal O Globo “só haviam X reais na conta”. Quem haviam? Que redação é essa? Que erro primário! “Só havia X reais na conta”!

- Algo que machuca os ouvidos é “eu se esqueci o celular”. Se é “eu”, é “me”. “Eu me esqueci do celular”. “Eu esqueço o celular” e “eu me esqueço do celular”. Esse “do” não pode faltar quando uso o “me”.

- Nos jornais há novidades sobre celebridades. Uma frequente é sobre relacionamentos. “Fulana namora com beltrano”. Esse “com” está sobrando. O certo é “fulana namora beltrano”. Ou “namora sicrano”, mas nunca “siclano”.

- Vi que há redatores que não sabem como “preferir” funciona. Li “ele prefere levar marmita que comer em restaurante”. Esse “que” precisa sair daí: “ele prefere levar marmita a comer em restaurante”. Soa estranho?

- Falando em Instagram, há ofertas de cursos de Português e a argumentação é “escreva corretamente para ser aprovado em concursos”. Penso que devemos nos esforçar para falar e escrever corretamente porque se trata da nossa língua. Essa deveria ser a razão principal. Valorizar nossa língua.

- Concordo integralmente. Falar e escrever corretamente não é mais motivo de orgulho no nosso imaginário. Muitos nem fazem mais distinção entre o certo e o errado. Parece que só provas e concursos ainda valorizam o certo...

René Henrique Götz Licht
Enviado por René Henrique Götz Licht em 10/02/2024
Código do texto: T7995943
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