O Telefone
Terminado o período letivo, inicia-se o período de férias. Como na maioria das famílias é o tempo em que os pais que têm filhos matriculados em escolas escolhem para marcar as suas férias e com isso ter a possibilidade de viajar com a família. Normalmente o destino traçado leva à uma praia, uma visita a familiares (Tios, Avós, primos, etc...) ou outros pontos turísticos dentro ou fora do país. Neste caso específico o destino foi uma visita à casa do vovô Ângelo que há alguns anos vivia sozinho após a morte de sua companheira a vovó Amélia. A viagem foi tranquila e conforme previsto ao entardecer já estavam defronte à casa do vovô que ansiosamente esperava pelo filho Eduardo, a nora Edilaine e o neto José Rodrigo de 13 anos. Rapidamente as malas e demais apetrechos foram descarregados e estavam nos devidos aposentos que estavam preparados para recebê-los. Chega a noite e todos se sentam à mesa para a primeira ceia em família. Eduardo pede ao filho que deixe de lado o celular para que possa se servir do jantar preparado pela mãe Edilaine com todo o carinho. Contra gosto Rodrigo deixa de lado o celular e todos se servem daquilo que foi servido. Após o jantar todos se dirigem à sala de estar e se inicia uma verdadeira contação de história relembrando momentos vividos pela família num passado não muito distante. Bem ao lado, uma pequena mesa onde se encontrava instalado um telefone fixo, e pregado na parede um número de telefone para urgência e emergência médica. Mais uma vez observava-se que Rodrigo não desgrudava do celular, enquanto os pais e o avô se alegravam com as recordações de momentos agradáveis vividos no passado. É tarde e todos se preparam para deitar e descansar após um longo período de viagem. Mais uma vez Rodrigo se deita e sem desgrudar do celular, não vê as horas passarem, enquanto os demais membros da família se encontram dormindo. Amanhece o pai Ângelo vai à padaria em busca de pão e leite para o café da manhã. Mais uma vez a família se reúne para um gostoso café da manhã, porém Rodrigo ainda não acordou, pois dormiu bem mais tarde do que os demais membros da família. Era quase meio dia quando Rodrigo finalmente despertou. O pai e a mãe se preparam para ir fazer compras em um supermercado e pedem a Rodrigo que faça companhia ao avô até o momento em que estejam de volta. Rodrigo neste momento não portava o celular, uma vez que o mesmo se encontrava com a bateria totalmente descarregada. Alguns instantes após a saída de Eduardo e Edilaine, vovô Ângelo veio a sofrer um mau súbito e caiu no chão. Rodrigo que se encontrava próximo do avô não sabia o que fazer, tão pouco imaginar o que poderia estar acontecendo. Sem sucesso tentava exaustivamente levantar o vovô. Correu no quarto para pegar o celular, porém o mesmo ainda não tinha carga suficiente para que ele pudesse efetuar uma ligação para os pais. O avô continuava no chão sem sentidos e Rodrigo debruçado sobre o avô, gritava por socorro sem ser ouvido pela vizinhança, desesperado, sem saber o que fazer. Sobre a mesa ao lado um telefone inerte e um bilhete com um número de telefone para urgência e emergência. Finalmente rodrigo vê o telefone e o bilhete, porém por não saber utilizar aquele aparelho de telefone fixo, que não faz parte de sua geração, não consegue pedir ajuda para socorrer o avô que inerte continua no chão. Passados mais alguns instantes os pais retornam e ao adentrarem na casa se deparam com Rodrigo debruçado sobre o avô aparentemente sem vida. Imediatamente Eduardo verifica os sinais vitais do pai e constata que o mesmo ainda respira. Aciona o serviço de resgate que rapidamente atende ao chamado e felizmente vovô Ângelo é socorrido, passa por exames médicos e é liberado dois dias depois do ocorrido. Este fato serve de alerta para que os pais transmitam a seus filhos ensinamentos que os faça conviver com a tecnologia atual sem ignorar aquela que pode ser sido ultrapassada, mas que ainda funciona e que pode salvar vidas. Afinal, sem sinal de internet ou de satélite de nada vale tamanha tecnologia.