Terça-feira com bola

 

Terça-feira não é dia de jogo, mas, no campeonato mais difícil do mundo, o Gauchão, terça às 21h30min é noite de bola rolando. Coisa boa poder ir, assistir e torcer. Sobre o gramado verde cheio de falhas, dois times predominantemente azuis: um todo de preto, outro todo de branco. P&B regional! E o juiz, que antigamente era o "homem-de-preto", de verde limão.

 

Fomos de micro-ônibus. Chegando, apenas 13.700 torcedores no estádio. Apenas? Bom, se levar em conta que cabem 55 mil pessoas no local, estão é pouco, muito aquém; mas, por outro lado, isso é mmmmuuuuiiiittttaaaa gente, mas bah, tchê. Imagina se cada uma delas te desse 10 pilas? Seriam 137 mil pilas!!! Uau syl, uma excelente quantia, não e mesmo? Pois então, se convertermos o Pila gaúcho pro Real brasileiro, daria, igualmente, os mesmos (e ótimos) 137 mil. Logo, não é pouca gente, não, é bastante.

 

Entretanto, é muita diferença ir numa partida com 55 mil pessoas e noutra com 13.700. Gosto mais de jogos com público "pequeno", pois tudo fica mais fácil e, o jogo, que é o principal, continua o mesmo: 22 caras correndo atrás de uma bola e um cara de verde-limão só apitando. É mais fácil chegar até o estádio, passar na loja do clube, entrar, ir ao WC, comprar um cachorro-quente com duas salsichas, uma Pepsi zero e uma mineral com gás sem aquele monte de gente disputando espaço, sem aquelas filas enormes. Ah, e sem o incômodo de chegar e ter de pedir pra alguém sair do teu assento:

- Não, esse aqui é o meu lugar, não o seu, tenho certeza. Olha o meu ingresso.

- Senhor, aqui é o setor 407, o 408 é ao lado.

- É?

- É.

- Tem certeza? Impossível eu ter me enganado!

 

Claro, os jogos que lotam são os mais importantes, semifinais e finais de torneios e campeonatos de peso, dá até pra dizer que vale o "sacrifício". Todavia, aindo prefiro os com "pouca" torcida. Futebol, para mim, é um paralelo com a vida: cada dia é um dia a ser vivido; cada partida é uma partida a ser assistida. O que vale é acordar, ver o sol e, ao final, dormir em paz; o que vale é chegar no estádio, ver os dois tempos e, ao final, ir embora com a energia da vitória na alma. O final do ano e o final do certame são consequência, o que vale é o prazer obtido no percurso.

 

Fui com a camisa de 2016 do meu time, toda detonada pelo tempo e uso, com as marcas das vitórias, derrotas e empates. Foi um ano bom aquele, mesmo sem o título regional. Copa do Brasil, e, no ano seguinte, Libertadores. Ah, não tem como esquecer também do primeiro rebaixamento do rival para a Série B. Um grande ano, portanto, eh eh eh eh.

 

Agora, em 2024, a expectativa é pelo hepta, mesmo com o rival estando com uma equipe titular que vem se mostrando bem azeitada quando joga em seu estádio. Sem problema, ano passado também estavam bem embalados e...

 

Voltei pra casa com a energia da vitória na alma. "Valeu a pena, ê ê". Cada dia conta.