RELIGIÃO, UMA NECESSIDADE

Já fui preconceituoso com relação a religião.

Debochava dos crentes, que berravam a plenos pulmões nos cultos - e eu pensava: por acaso Deus é surdo?

Desdenhava os católicos, naquele ritual pré programado das missas - há espaço para ser autêntico?

Não aceitava o senta - levanta dos luteranos - assistir o culto sentado é muito mais confortável.

Achava candomblé coisa do diabo - ou pior: coisa de negro.

Hoje vejo o quanto fui injusto e preconceituoso e o quanto a religião faz diferença na vida dos filhos de Deus, seja de que corrente for.

Perdi os preconceitos no caminho, por que aprendi que religião é o freio do mundo, como diz meu pai: melhor estar dentro de uma igreja, rezando, do que por aí se drogando, roubando ou passando alguém para trás.

Apesar das ovelhas negras em todas as religiões, o tipo que sai da missa, do culto ou da sessão apontando os defeitos do próximo ou da próxima. Ou o tipo que enxerga nos frequentadores do momento futuros eleitores. Mas são excessões.

Salvo "pastores" que se aproveitam da fé alheia em benefício próprio, fazendo verdadeiras lavagens cerebrais em seus crentes em troca do dízimo ou alguma contribuição maior, participar de um ato religioso é algo salutar.

Já frequentei todas as tribos. Fui batizado e confirmado na IECLB, frequentei missas católicas, cultos dos ditos "crentes" e até um período no Espiritismo de Kardec, que me trouxe um bom aprendizado, principalmente acreditar que existe uma vida além desta que vivemos.

Ainda não frequentei o candomblé, mas estou aberto a convites: tudo para conhecer tudo que agrega, que irmana.

Em tudo isso, a convivência salutar por uma hora ou duas, em torno Daquele que, esperamos nós, ainda vigia os nossos passos.

Acreditar em um Ser Superior que nos rege é algo que todas as religiões ensinam, eis o porque de acompanhar alguma, ainda que nem sempre frequentando os seus ritos.

Sem fé, seja lá no que for, é impossível sobreviver.

E para isso existem as religiões: para unir em torno de algo que, creiamos sempre, seja a palavra de Deus. Bem usada, é um bálsamo para aqueles que precisam.

Seja que religião for, o importante é que agrega as pessoas e muitas vezes tira-as dos vícios.

Mas respeite a fé dos outros: cada um é livre para acreditar e seguir aquilo com que se identifica.

Intolerância e fanatismo geralmente são cegos e obtusos.