CRÍTICA DA RAZÃO IMPURA
Quando escrevemos nossa opinião e postamos o texto numa rede social por óbvio nos tornamos objeto de críticas positivas e/ou negativas, com muitos corroborando nossos conceitos e pontos de vista e não poucos discordando de maneira veemente dos argumentos apresentados. Assim, do tema pode ou não brotar uma discussão intelectual salutar ou aquele conflito indesejável capaz de somente abrir espaço para o ridículo e o inútil. É saudável contrariar pensamentos de alguém, qualquer escritor ou cronista, quando ser contra de forma inteligente e elegante faz favorecer o aprendizado mútuo. Porque a verdade não pertence aos imperfeitos. E como todos somos fragmentos dessa imperfeição, tanto quem critica quanto o seu alvo, com respeito, humildade e sabedoria, terminam a dialética conhecendo um pouco mais após o fluir do diálogo intelectual posterior à postagem do contexto.
No entanto, por outro lado, também se vislumbra pobre e vazio o crítico disposto apenas a simplesmente denegrir qualquer produção literária sem abrir seu coração para a sadia controvérsia capaz de a ele proporcionar réstias de luz do saber de outrem. É fútil jogar brumas sobre algo derivado de alguém somente por ironia ou despeito, talvez na ânsia de exibir o próprio conhecimento como se só ele soubesse tudo e os demais precisassem dele para beber de sua sapiência. Todos nós aprendemos quando ensinamos, e nosso próximo geralmente também é portador de conteúdo que pode nos suprir o intelecto e lapidar nossas ideias. Ele sabe e ensina, eu sei, aprendo e transmito. Simples.
O universo do conhecimento é por demais vasto e amplo, incomensurável, eu diria até infinito, portanto impossível ser domínio de uma única mente. Tudo que escrevemos ou falamos é passível de reparo, acréscimo ou decréscimo, somos pequenos demais para pretender açambarcar, abraçar e dominar o saber infinito. Daí concluo entendendo que não sei nem conheço nada que não possa melhorar, ser moldado, ampliado, remexido, criticado, moído e muito mais com o precipuo intuito de mais e mais aprender, conhecer, estudar, pesquisar e descerrar as portas do coração para o cosmo da sabedoria.