Aquela nuvem
As nuvens que pairam por aí, ao sabor dos ventos, mundo afora, pairam também por aqui.
São nuvens incolores no aspecto geral, mas sanguíneas sempre, afinal, pra toda conquista matar é imprescindível.
Palestinos matam judeus, judeus arregaçam Palestinos. Russos fuzilam ucranianos que devolvem o fuzilamento. Aqui, na falta de um inimigo definido, o povo se mata entre si com a complacência jurídica. Mulheres, Yanomamis, qualquer um serve desde que o sangue, de forma oficial ou oficiosa, abundantemente escorra.