Entre Ondas Invisíveis e Ruínas: Uma Reflexão sobre a Passagem do Tempo
Manter a lucidez neste mundo atual, repleto de obstáculos invisíveis, é como suportar o peso de um rolo compressor que comprime a existência até transformá-la em um bloco prensado — um mero número de registro que um dia já foi um nome.
Hoje, a velhice no mercado social e de trabalho parece chegar aos 30 anos. Como pode a sociedade, com mentes jovens, rotular como velhos e obsoletos os indivíduos com 30 anos? Agora, o paradoxo se apresenta: o que fazer para quem tem acima de 50 anos? Entrar em algum sarcófago em um museu, tornando-se uma múmia viva? Será que estou exagerando no tema? Que tema? Isso é uma realidade polêmica atual.
A vida na juventude é repleta de oportunidades, vivemos sem preocupações, pois a todo instante surgem oportunidades. O trabalho não falta, bastando um arquivo de 100 KB e pronto, circula pelo mundo, compartilhado por ondas digitais. Contudo, o fator crucial é a idade. Pode-se ter diplomas, experiência e títulos, mas se a idade for superior a 30 anos, certamente o currículo será relegado à nuvem dos excluídos.
Aí surge o pensamento pulsante: o que fazer para mudar essa estatística? Não sei, pois tudo está cercado por jovens empreendedores. Talvez, seja necessário camuflar a idade nas redes sociais e páginas de negócios. Burlar as expectativas dos clientes e seguidores, pagar por engajamentos, disparos pagos para garantir pelo menos algumas curtidas.
Há 30 anos, pensar em poupar era sempre deixado para depois. Agora, o depois chegou, e tudo o que vejo são ruínas. Basta um problema de saúde para desmoronar a produtividade, já impactada pela indiferença. Assim, o ativo torna-se passivo, o novo fica velho, e o velho torna-se obsoleto.
É desafiador caminhar a passos lentos tentando recuperar autonomia de produtividade e ajustando-se aqui e ali para continuar fazendo parte da fatia de renda no mundo digital. A New Age chegou para extinguir milhares. Quem pertencia à classe média há 20 anos agora é a casta inferior da pirâmide, a base do quadrado. Poucos foram abastados. Será uma questão de sorte? Talvez. Não sei. Só sei que nada sei. Vamos viver o presente, no ritmo das batidas dos tambores de uma batalha ainda não perdida.