TEMPOS DE HOJE

Desperto do fundo do meu sonho. Levanto e caminho pela casa que já me é conhecida e não tem mais novidades para descobrir.

Salto dentro das minhas Bermudas e camiseta, ganho a rua para percorrer a natureza.

O Sol começa a aquecer a região e a névoa matinal começa a subir, provocando uma brisa resfriada que desaponta alguns caminhantes. O vento ou o Saci Pererê, aqui ali, sopra umas folhas secas do chão como se jogasse confetes naturais para o céu. Os passarinhos cantam e voam por toda a região. As maritacas, como se diz aqui, fazem suas papagaiadas no cume das arvores com seu linguajar confuso mas alegre e barulhento. Tucanos, com seus bicos alaranjados, sobrevoando a área para deleite dos que, também, acordaram cedo.

Já faz tempo que a pracinha do coreto não recebe mais as pessoas para o fim que foi destinada. Não há mais a banda tocando, nem o realejo com sua música característica!

O vendedor de algodão doce virou nuvem, o fotógrafo “lambe-lambe”, mudou-se para uma loja no centro comercial, onde definha. Mas, de tudo o pior é que as pessoas sumiram. Não há mais crianças correndo na praça, nem fazendo algazarra de alegria, nem as pipas voam mais no céu. Os moradores não procuram mais os bancos frios de concreto da praça para conversar! Os namorados não se escondem no cantinho escuro para se beijarem. Não há mais a falta do medo proporcionada pela segurança da paz. O temor impera e as pessoas rogam pela volta dos velhos tempos, velhos dias. Muito diferente dos tempos de hoje!

Artemio Bueno
Enviado por Artemio Bueno em 29/01/2024
Reeditado em 29/01/2024
Código do texto: T7987642
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.