ESCREVER, UMA TERAPIA
Comecei a escrever na adolescência, lá pelos 13 anos. Meu primeiro texto foi uma "novela", um plágio descarado da novela Roque Santeiro, que fazia sucesso na época. Eu escrevia em qualquer papel que me caísse nas mãos e meus irmãos, que tinham uma letra melhor, copiavam os meus garranchos em cadernos escolares.
Mas desde pequeno eu já fazia minhas composições escolares, baseadas nas historinhas que as cartilhas de Comunicação e Expressão propunham. E minha professora elogiava o que eu escrevia, que sempre tinha características de humor.
Nunca me considerei um escritor profissional, pois não fiz curso na área da expressão e da escrita e ainda tenho muito que aprender com quem escreve por ofício ou profissão.
Mas sempre escrevi e considero a escrita uma terapia.
Não estou falando por falar. Senão, vejamos:
"Escrever sobre experiências, sentimentos e pensamentos pode ter grande valor terapêutico, possivelmente porque isso auxilia a fazer reflexões. Estas reflexões possibilitam examinar cada experiência a partir de vários ângulos, em vez de, por exemplo, tentar transferir culpas para outros." (https://periódicos.ufsc.br)
Nunca culpei os outros pelos meus fracassos, mas sempre que vejo algo errado, dou meus pitacos, quase sempre com ironia. Acredito que a ironia seja uma das características de meus textos mais críticos.
Tento fazer o leitor refletir, o que acredito, seja o papel de quem escreve.
Mas ainda tenho muito que aprender e sou humilde o suficiente para reconhecer isso.
Recomendo a escrita como catarse e a leitura como aprimoramento da escrita. Quem não lê fala mal, quem não procura se manter informado do que acontece à sua volta, escreve mal, e está mais propenso a ser enganado pelos aproveitadores de plantão.
Escrever alivia a alma, desopila o fígado e serve de válvula de escape quando as coisas não vão bem. Sei disso por experiência própria: muitas vezes a leitura e a escrita me salvaram de cair numa depressão profunda, maior do que esta que já me visita.
Adaptando os versos de Cecília Meireles:
"Eu escrevo porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta."
Ora... Minha vida não está completa, ainda tem uma porção de coisas que eu quero fazer e conquistar, mas me considero poeta por que rabisco meus versinhos, alguns até razoáveis. E por que sofro em dobro as dores e revezes da vida - poeta tem dessas coisas.
No mais, recomendo a leitura como aprimoramento da cultura e a escrita como catarse da alma, como já falei anteriormente.