Entre Sem Bater - Multiculturalismo

Demétrio Magnoli disse:

"... ações afirmativas e o movimento negro resultam de uma armação ideológica (multiculturalismo) que conspira contra o princípio da igualdade perante a lei... "(1)

É provável que Magnoli seja como a maioria dos "comunistas" de outrora que se decepcionaram com suas perspectivas de serem intelectuais(*). Do mesmo modo que Demétrio, conheço muitos sociólogos que se diziam trotskistas mas queriam só um gabinete e vaga para seu carro. Sou crítico ferrenho destes personagens que ganham palanque graças ao título de socialista-raiz e vivem de privilégios. São verdadeiros parasitas(1). Enfim, são seres execráveis e desonram qualquer sociedade ou grupo que participam.

MULTICULTURALISMO

A princípio, vivemos numa democracia, que, notadamente nas redes sociais, significa que cada um pode dizer o que quiser. Anteriormente, com a mídia tradicional de rádio, TV e imprensa escrita, o canal de comunicação era de mão única. Se antes era assim e jornalistas como Pulitzer escreviam sobre uma imprensa cínica(2), imaginem hoje em dia o nível de cretinice,

A cretinice que este Magnoli pratica é algo que deveria, mas não vai, gerar algum tipo de manifestação de seus pares. Infelizmente, as corporações de parasitas e sevandijas adquiriram privilégios(3) que não largam a mão.

Assim sendo, a frase sobre multiculturalismo que o escritor(?) Magnoli deixou para a prosperidade demonstra o nível do caráter destes tipos.

CONSPIRAÇÃO

O debate em torno das ações afirmativas e do movimento negro possui muitas controvérsias e perspectivas divergentes.

A afirmação do colunista sociopolítico Demétrio Magnoli, de que tais iniciativas resultam de uma armação ideológica é uma insanidade. Quando ele afirma haver uma conspiração contra o princípio da igualdade perante a lei, suscita questionamentos sobre os reais motivos da sua afirmação.

Entretanto, um olhar mais amplo nos revela que a classe jornalística representa os interesses da oligarquia da mídia. Desse modo, a conspiração é de aderir ao multiculturalismo não por convicções ideológicas, mas para garantir audiência e verbas publicitárias. Por isso, é imperativo analisar não apenas os meios de comunicação tradicionais, mas também as redes sociais.

Estes canais de comunicação modernos, com a falaciosa apresentação de espaços independentes e democráticos, são conspiracionistas. Contrariamente à sua imagem de plataformas neutras, desempenham, atualmente, um papel sinistro no crescimento do abismo da igualdade.

Essas plataformas, aparentemente imparciais, contribuem para a ampliação das disparidades sociais à despeito de qualquer lei.

COLUNISTAS

Da mesma forma que a mídia tradicional, as redes sociais criaram estes colunistas serviçais. Entretanto, mudaram o nome para influenciadores e ganham muito mais do que os parasitas tradicionais. As redes sociais, que deveriam ser ferramentas de conexão e compartilhamento de ideias, tornaram-se palco de agentes de formação de opinião. O que antigamente era a opinião do editor do Jornal Nacional, agora é a visão de gente sem qualificação, com milhões de seguidores. Até gente da pior espécie como o ex-jornalista Alexandre Garcia tem seguidores fiéis. E, como se não bastasse, editorias de futebol e religião também estão com altas doses de contaminação pelos parasitas.

Entretanto, a aparente democratização da informação traz consigo uma série de desafios. A disseminação de discursos de ódio, desinformação e a criação de bolhas ideológicas são fenômenos que aumentam as divisões sociais. A questão da igualdade, seja racial, de gênero ou econômica, sofre distorções e manipulações, como faz Magnoli.

Enfim, estes colunistas, antigos e da nova era da informação e tecnologia, são todos farinha do mesmo saco.

ABISMOS

É importante observar que aqueles com mais privilégios são os maiores críticos de qualquer ação afirmativa, não somente do movimento negro. Certamente, a pretensa armação e a igualdade da lei a que se refere Magnoli, é a que ele continue com os privilégios.

Surpreendentemente, tudo conspira contra a obediência às leis e ao equilíbrio das ações afirmativas. A natureza algorítmica das plataformas, por exemplo, contribui para a amplificação da polarização de conteúdos. As plataformas e seus algoritmos, maximizam o engajamento do usuário, através de uma personalização extrema do conteúdo. Desse modo criam-se de bolhas onde os usuários emitem e recebem opiniões e perspectivas semelhantes às suas.

Dessa forma, as redes sociais, ao invés de promoverem um diálogo heterogêneo, fortalecem visões preexistentes, perpetuando estereótipos e preconceitos. Por isso, o pensamento de Magnoli sobre uma possível conspiração do multiculturalismo contra a lei é uma farsa.

Como se não bastasse, estes canais digitais são palco para a propagação de discursos discriminatórios e intolerantes. A facilidade com que informações falsas e teorias conspiratórias se espalham nessas plataformas é criminosa. Esses conteúdos além de alimentarem estigmas e preconceitos, reforçam as estruturas sociais desiguais.

A retórica divisionista de Magnoli, enquanto ação de larga escala, influencia a opinião pública sem a possibilidade de retorno ou contraditório.

REPRESENTATIVIDADE E ATIVISMO

Desse modo, alguns outros aspectos agravam a fala preconceituosa do ex-Libelu. A questão da representatividade, dentre outras,  nas redes sociais e na mídia de massa, tornou-se um mecanismo de defesa desonesto. Embora sejam espaços com abertura para todos, a presença desigual de diferentes grupos sociais impacta diretamente nas narrativas online.

O multiculturalismo, as minorias, mulheres, negros e comunidades à margem dos privilégios, enfrentam discriminação e até mesmo ataques covardes. Desse modo, existe uma redução destes grupos nos ambientes digitais e na mídia. Assim sendo, os canais de comunicação com um discurso com mais equilíbrio e democracia sofrem severas restrições. Surpreendentemente, até segmentos que deveriam apoiar as iniciativas de seus iguais, não o fazem. Por exemplo, um número expressivo de trabalhadores abandonam seus sindicatos e representações por "gurus" do liberalismo. E, do mesmo modo, representantes dos negros apoiam quem defende, inclusive, a ideia de que a escravidão não existiu no Brasil.

A falta de representatividade e abandono do ativismo alimenta a marginalização, eliminando a possibilidade de justiça e igualdade.

POLARIZAÇÃO

A visão da economia do interesse das redes sociais cria um ambiente propício para a exploração de sensacionalismo e polarização. Tudo aquilo que é polêmico sempre atrai mais atenção, mais cliques e mais compartilhamentos.

Conteúdos polêmicos e extremos tendem a atrair mais interações, aumentando a visibilidade do autor ou da plataforma. Isso cria um ciclo vicioso em que a disseminação de conteúdo radical tem mais recompensas. Por outro lado, vozes com moderação ou contrárias ao senso comum têm menos destaque. Como resultado, os algoritmos promovem discursos que exacerbam as desigualdades sociais em vez de atuar como forças niveladoras.

E, sem dúvida, as tecnologias de inteligência artificial, reforçam estas diferenças e a necessidade de ações do multiculturalismo. Peguem, por exemplo, a gestão Trump nos EUA e algum problema da gestão dele, peçam para alguma IA escrever sobre o assunto. Com toda a certeza, alguns temas polêmicos a plataforma dirá que "não tenho informações para escrever sobre o assunto...".

A mídia, e gente como Magnoli e influenciadores não são entidades que agem isoladamente, mas reproduzem nossa sociedade desigual. No entanto, ao permitirmos a amplificação desses extremistas, de preconceitos e a criação de bolhas, somos condescendentes. Enfrentar qualquer um desses problemas requer abordagens diferentes e não estamos prontos para eles. Não basta apenas uma regulamentação rígida das plataformas que não tenha fiscalização da sociedade. É preciso, também, disseminarmos uma educação digital e promover uma cultura de respeito e inclusão online.

Pior que este parasita do Magnoli, inimigo do multiculturalismo, encontra eco até em beócios do movimento negro(4).

 "Amanhã tem mais ..."

P. S.

(*) A quantidade de beócios sem qualificação, como Magnoli, na mídia de massa, sugere que as oligarquias estão no comando.

(1) "Entre sem bater - Demétrio Magnoli - Multiculturalismo" em https://evandrooliveira.pro.br/wp/2024/01/29/entre-sem-bater-demetrio-magnoli-multiculturalismo/

(2) "Parasita-mor da sociedade tupiniquim" em https://evandrooliveira.pro.br/wp/2016/04/07/aparicio-profissional-parasita-e-comediante/

(3) "Entre sem bater - Pulitzer - Imprensa Cínica" em https://evandrooliveira.pro.br/wp/2023/02/23/entre-sem-bater-joseph-pulitzer-imprensa-cinica/

(4) "Entre sem bater - Milton Santos - Os Privilégios" em https://evandrooliveira.pro.br/wp/2024/01/26/entre-sem-bater-milton-santos-os-privilegios/

(5) "Movimento negro e os beócios" em https://evandrooliveira.pro.br/wp/2017/11/20/movimento-negro-e-os-beocios/