Sempre tem quem queira
Ronaldo José de Almeida
No primeiro dia do ano novo, a vida conjugal não estava nada boa para Jurandir. Após 10 anos de casado, Jovência estava irreconhecível. Nada tinha daquela doçura de menina por quem se apaixonara. Era a brutalidade em pessoa.
Jurandir depois de um cansativo dia de trabalho, chegou em casa tomou um banho e sentou-se a frente da televisão. Jovência nem mesmo o olhou. Ele esperou mais alguns minutos e a chamou. Pediu-lhe que ficasse ao seu lado. Ela disse um bocado de impropérios e saiu resmungando. Diante da afronta Jurandir saiu contrariado e foi para o bar da esquina. Sentou-se pediu um traçado e uma cerveja. Logo que começou a beber apareceu Machado, um amigo de velha data. Jurandir contou-lhe então o drama familiar. Machado condoeu-se e o convidou para ir ao Estrela Dalva, uma casa de show freqüentada por lindas mulheres, onde ele poderia relaxar e colocar os pensamentos em ordem.
Jurandir gostou da idéia e foram. Sentaram-se numa mesa perto da pista de dança e logo notaram uma linda morena que dançava sensualmente e sozinha.
De repente o olhar de Jurandir se encontrou com o olhar da morena. Como conseqüência ela sorriu. O rapaz visivelmente animado retribuiu e fez uma reverência com a cabeça.
A moça aproximou-se da mesa. Jurandir quase teve um desmaio, era Cristina a empregada da sua casa. Meio sem jeito ele a convidou para sentar e lhe ofereceu um copo de cerveja. Uma hora depois estavam dançando agarradinho e aos beijos.
Machado olhava tudo dando risada. Jurandir não voltou para casa e no dia seguinte Cristina não foi trabalhar.
Na parte da tarde, Jurandir chegou em casa sorridente, colocou sua roupas e demais pertences em duas malas. Jovência olhava assustada. Na porta de saída ele parou, olhou com desdém para a mulher e informou a ela que Cristina não viria mais trabalhar. Jovência indagou se ele iria viajar. Ele respondeu sorrindo que não, mas com o ano novo viria, vida nova e mulher nova. Fez um gesto parecido com a continência militar e saiu.
Cristina e Jurandir hoje vivem felizes.