Explicando as Mulheres
O questionamento "você me amaria ainda que eu fosse um artrópode?" é uma das incontáveis vezes em que se dá a materialização da natureza inventiva, lúdica e sentimental própria ao sexo feminino. Motivada pelo ímpeto em desvendar a real intenção do homem para si, a bichinha tem de ilustrar a mais fantasiosa e impraticável das circunstâncias, empaná-la por um apelo sentimental desabalado e servi-la sobre o mais fino e delicado píres oriental. Como diabos é que um homem são e em plenas faculdades desmancharia todo o fragil e teatral arranjo a la 'mesa posta' de sua querida? Ora, porque esta alegoria, se desvelada, é nada mais do que querer ouvi-lo dizer: "eu a amaria ainda que por circustâncias tidas impraticáveis. Nada, nada em absoluto será impeditivo para que almeje tê-la ao meu lado". Assim é que a mulher reduz --- ao passo que expande -- este extenso declame, e aceita ao lugar ouvir de seu homem: "sim, eu a amaria ainda que fosse (insira-se qualquer ente e elemento vigentes no cosmos)".