Gauchão, o campeonato mais difícil do mundo

Esperei as duas primeiras rodadas do Gauchão para, como em todo o início de ano, vir aqui inicar a temporada com as crônicas sobre esse que é, indubitavelmente, o campeonato mais difícil do mundo. Quem ignora esse fato, prova que não sabe nada de futebol.

Quem está na liderança? O Juventude, claro, esse grande clube da Serra que já foi campeão da Copa do Brasil, do Campeonato Gaúcho e que em 2024 estará no Brasileirão Série A. Na última partida, meteu 4x0 no grande Guarany de Bagé, esse que, por sua vez, é o único time do interior que já foi 2x campeão gaúcho. Na sequência temos o vice de 2022, Ypiranga de Erechim, e os ex-campeões gaúchos Caxias (vice de 2023) e Novo Hamburgo. A Dupla Grenal, "favorita" de sempre pela imprensa da capital - que se diz estadual -, está em quinto e sexto. Quer moleza? Vá disputar o Brasileiro.

Contudo, confesso: estou só pelo hepta do Tricolor da Arena do Humaitá. Em 103 edições realizadas em 105 anos (desde 1919), só uma vez, em 1968 (foto acima), há 55 anos, o Tricolosso conseguiu tal feito, então algo inédito no certame regional. Aliás, de 1959 à 1968 teriam sido 13 títulos consecutivos caso o Inter não tivesse sido campeão em 1961. Só que depois, na sequência, o Colorado foi octa e estabeleceu novo recorde, até hoje em vigor.

É também curioso observar que, mesmo com o recorde e o Internacional possuindo 45 conquistas estaduais contra 42 do Imortal, no quesito "grandes sequências", a Máquina Tricolor leva vantagem de 4x3: penta (1956 - 60), hepta (1962 - 68), hexa (1985 - 90) e hexa (2018 - 23) contra hexa (1940 - 45), octa (1969 - 76) e hexa ((2011 - 16) do rival. A vantagem do Saci sobre o Mosqueteiro se dá em virtude deste possuir três tetras e o outro nenhum: 1951 - 53, 1981 - 84 e 2002 - 05. Só para registrar, o Inter ganha por 58x55 os clássicos realizados no Gauchão, enquanto o Grêmio tem vantagem de 24x22 no Brasileiro e, no geral, são 161 vitórias coloradas, 141 tricolores e 138 empates, com 598 gols do Inter e 572 do Grêmio num total de 440 confrontos.

Mesmo assim, o Inter já está há oito anos na fila e, se o hepta gremista vier, tem grandes chances de ficar, pela primeira vez em sua história centenária, nove anos sem títulos. Tomara que fique! Viram, o Gauchão é dureza, não é mole ser campeão. Que o Grêmio, aliás, seja hepta, octa, enea e deca campeão nos anos vindouros!

Um bom final de semana para todos. Cuidem-se, vacinem-se, vivam, torçam e fiquem com Deus.