TOQUE DE RECOLHER
Francisco de Paula Melo Aguiar
Aqui e acolá se ouve falar em toque de recolher.
Isso mesmo, em qualquer cidade grande ou pequena.
E isto acontece quando o poder estatal de polícia não se presente no cotidiano de tais localidades.
Diante da omissão e da preocupação inexistente do Estado, a turma que sonha com dias melhores praticando crimes jura set fiel às suas bandeiras organizadas e milícias.
Infelizmente a segurança pública que é paga todos os brasileiros direta e indiretamente é uma máscara paliativa, porque os noticiários nas cinco regiões do país depõem todos os dias contra o tipo de segurança ao cidadão rico, pobre e miserável, clamando por justiça como se clama no deserto.
Ninguém ouve o cidadão comum e este só é lembrado pelo Estado quando é para pagar seus impostos diretos e indiretos, ao contrário, quando é assassinado, aí chega a policial representando o poder constituído para recolher o corpo.
Ressaltamos que a instituição policial é uma corporação sublime do torrão nacional com suas diversidades e especificidades locais.
Nos parece que existem dois tipos de cidadania, uma civil e outra policial, e que uma não depende da outra, quando os impostos diretos e indiretos são pagos por todos para que o Estado cuide de fato e de direito de ambas as partes.
O toque de recolher dado pelos foras da lei tem dado ordem de abrir e fechar portas na hora que eles querem e o Estado não tem enfrentado essa gente como deveria ser.
Enfim, tem bairros e ruas pelas cidades do Brasil afora que lá só entra e sai quem o crime organizado ou desorganizado quiser, uma prova disso são as casas abandonadas por seus moradores para não morrer, fogem como a sombra dentro d'água.