Se puder me ler...

Vou tentar ir explicando, sim é uma vida

muitas vidas, um desenrolar de uma história

os anos foram passando, passando, então vamos ver:

Voltando no passado, há algumas décadas! Eu era jovem, um pouco sem perspectiva, ainda não escrevia, mexia com letras, porque trabalhava numa gráfica, mas a vida parecia enfadonha, um rapaz de vinte e poucos anos, procurava as jogatinas de sinuca, jogos a valer mesmo, entregue às bebidas não, graças a Deus não, mas a situação estava brava, não muito porque minha mãe, católica incrível, catequista com sua fé inabalável sempre rezava muito pelos seus filhos, apenas 16, depois ela perdeu em plena infância 4. Mas felizmente ela chegou a praticamente aos 100 anos, vividos. Antes dela falecer, ainda teve a infelicidade de perder mais alguns de seus filhos adultos, atualmente restando apenas 7, incluindo eu é claro.

Mas falando de mim, nesta época de minha mocidade um tanto incisiva, nunca esnobei a religião católica, mas minha mãe catequista convicta, (já relatei em alguns de meus textos) sempre me intimava:

--- Lourenço precisa seguir mais firme em sua religião, cuidado, meu filho. Mas a jogatina de sinuca continuava ininterrupta, dias até amanhecendo jogando. Até que um dia eu a encontrei, epa! Será esta? Garota jovem ainda, aproximando dos dezoito anos, creio que sim, só sei que no começo do namoro seu pai adotivo me intimou, não quero embromação, nada de namoro por vários anos, não quero que a prejudique na questão religiosa, porque a Neyde está firme seguindo seus caminhos na religião evangélica.

Nós continuamos no namoro, não quis virar crente, mas aceitei quando casarmos seria na igreja dela. Mas tinha um porém, dizer à minha mãe, a enérgica, gênio algumas vezes indomável, Maria Vitória, a professora de catecismo ferrenha, que muitos diziam ser católica até no fundo d’água. Criei coragem e enfrentei a “fera”:

--- mãe, estou namorando

--- que bom, meu filho!

--- mas ela é evangélica.

Senti que minha mãe foi nas nuvens. Pra acabar de vez com o impacto ainda disse à ela:

--- e eu já consenti em casar na igreja dela, porque mesmo eu sendo católico eles aceitam fazer o casamento. Minha mãe ficou mais calma e disse:

--- ah! bom então podemos pedir para o nosso vigário Frei Osmar, que é amigo de alguns pastores ajudar no casamento também, mas você tem que pedir pra ele. Pensei com os meus botões: -- só no dia de São Nunca, imagine pedir e receber um não na cara?...

Pra encurtar a história, pra não cansar alguns leitores se por ventura estiver lendo, o casamento foi realizado, 25/01/1975, veio os filhos: Érison, Leandro, Alessandro, Juliana, Luana, depois, genro: Rogério, noras: Adriana, Rejane, netos: Luiz Gustavo, Lucas, Raquel. Todos nós felizes e vai ser para sempre com a graça de Deus. Contrariando o que muita gente dizia, apesar de pequenas diferenças nas convicções religiosas, minha mãe, Maria Vitória e minha esposa, Neyde, era como se fosse mãe e filha, as duas com fé inabalável indiscutivelmente em Jesus Cristo.

Depois que minha mãe faleceu em 2010, eu brincava com minha esposa: -- minha mãe foi para o Céu, quando você chegar lá, vão ficar separadas porque são de religião diferente. Ela responde com toda convicção: lá não vai ter religião, nós ficaremos juntas, porque acreditamos no mesmo Deus!... (duas pessoas com fé inabalável)

PUBLICANDO AQUI HOJE, MAS SERÁ AMANHÃ, 25/01/2024, QUE SERÁ ANIVERSÁRIO DO MEU CASAMENTO.