ÚLTIMA FLOR

Desde os onze anos de idade, eu escrevo poemas e lido com literatura e com a língua portuguesa (que prefiro chamar de língua brasileira), matéria-prima da minha arte. Além de compor, administro um perfil no instagram por meio do qual divulgo poemas de outros autores.

Dias atrás eu transmitia uma live que intitulei "(in)formativa", cujo intuito foi falar um pouquinho a respeito do que há por trás da literatura, da comunicação, da própria construção poética. Em dado momento, depois de apresentar alguns poemas autorais, eu disse que era preciso ter um olhar aguçado para perceber as particularidades de uma arte de qualidade, seja ela qual for. Citei, inclusive, um vídeo que assisti, pelo yutube. Foi uma edição do programa do Serginho Groisman, com a presença do cantor Djavan. Em um dado momento, um rapaz da plateia perguntou ao artista o que ele pensava a respeito de certas pessoas dizerem que as letras das músicas dele eram "difíceis" de entender, em contraponto com as músicas atuais. Não me recordo da data em que o programa foi gravado, mas vamos considerar como "atual" os nossos dias de hoje.

Voltando à live, uma das pessoas comentou a respeito da necessidade do olhar aguçado que mencionei. Como o assunto eram letras de músicas, arrematei dizendo que para se exigir um olhar mais aguçado, primeiro é preciso existir material artístico que o exija. Que olhar (ou escutar) aguçado é preciso ter para admirar ou interpretar uma música monovocabular "senta, senta, senta"?

Antes de começar a escrever este texto, eu assistia novamente a um vídeo de uma homenagem à banda Led Zeppelin. Na ocasião, foi interpretada a música Stairway To Heaven, um clássico do rock. Ao terminar o vídeo, compartilhei-o no meu facebook com a legenda "Quando a prosa é a respeito de QUALIDADE". Isso ilustra, talvez, um pouco do que eu disse.