A LÍNGUA MATA
*Nadir Silveira Dias
A língua mata. Antes, porém, enfraquece e escraviza. Depois mata. O povo que não fala o próprio idioma é povo de ninguém. É povo facilmente dominável. É povo muito apto para ser tornado escravo.
Quem fala errado o próprio idioma é porque o despreza. E se o despreza também é de ser desprezado por ele, o idioma que ganhou ao nascer. E quem escraviza sabe disso.
Exemplos somente entre aspas (“/”): “Rupitura, cumêçu, recumêçu, médicu, técnicu, opição, caichoeira, pulítica, cumércio, papu retu, cuzinha, cuzinho, cuzinhas, jornau, Brasiu, papéu, pincéu, simestre, cumpadri, cumadri, tatuagi, eficais, fugão, nóis”.
Entre tantas outras, também em todas as mídias. E não menos de seis em cada dez palavras ditas ou escritas erradas, podendo facilmente chegar a nove em dez.
É só observar. Em vícios da fala, da pronúncia, por exemplo, não existe “Mans”. Não existe “Bouca”. Não existe “douze”.
E é sempre bom e aconselhável esquecer a falácia que a língua é viva e pode mudar, pois é você quem escolhe evoluir ou involuir. Evoluir é crescer, melhorar, aperfeiçoar (se). Involuir é decair, rebaixar (se), regredir. Acorde!
Não é apenas um caso de educação e ensino. É um caso de formação. Ou, precisamente, um caso de não formação. Ou de deformação cívica! Você duvida?
A propósito, não teria sido por isso que os hebreus exterminaram todos os seus irmãos assírios, aramaicos, e fenícios?
Sim, pois dessa grande família semítica etno-linguística existem na atualidade apenas hebreus e árabes, esta última e segunda dos ramos antes existentes, muito e muito mais numerosa que os primeiros que, incompreensivelmente, continuam insistindo em liquidá-los a todos.
E ao meu simples entender, um sonho vão, muito vão!
16.01.2024 17h13
* Jurista, Escritor e Jornalista