DEVANEIOS E RABISCOS NO PAPEL.
É manhã, Janeiro.
Levanto-me às quatro e vinte em ponto da madrugada, embora o meu horário não seja especificamente esse, mas, a tirania do relógio sempre foi um problema. Não gosto de atrasos, prefiro chegar adiantado seja em qual for o compromisso, por isso a fobia com os ponteiros do relógio. Após levantar e me trocar, pegar carteira, chaves, relógio de pulso, prossigo o ritual diário. Lavar o rosto, escovar os dentes, depois, passar o meu café. Enquanto o preciso líquido não fica pronto, adianto um pouco a minha leitura diária, mando uma mensagem de bom dia para a esposa, ( como eu já mencionei em outras crônicas, estou trabalhando em uma cidade vizinha a minha, ficando a semana na casa da minha mãe e no final de semana retornando para minha casa), feito esses procedimentos básicos, praticamente automáticos, uma vez o café pronto, continuo com a leitura de algum livro em ebook enquanto não chega o horário de sair de casa para o ponto de ônibus.
É manhã, abençoado Janeiro.
Sou um leitor assíduo, em tempos passados, rato de bibliotecas e sebos, sempre com um livro nas mãos, porém, a tecnologia facilitou a minha vida. Em tempos modernos tenho uma biblioteca inteira dentro do celular. Escolho o livro e pronto, é só abrir o aplicativo, ler, fechá-lo quando quiser. Nesse ano estou com um novo desafio, ler um autor de cada estado, independente se o mesmo é contemporâneo ou clássico. O meu ritmo de leitura anda a todo o vapor, até o presente momento está sendo fácil encontrar tais autores. Até o presente momento eu já li, um autor
Baiano, outro do Rio Grande do Sul, Paulista, um conterrâneo de Minas, carioca e terminei um Pernambucano. Vou iniciar um Alagoano. Lá pelo meio do ano passo parte dessa lista, aguardem. Até o momento, todos os títulos foram ótimos, leituras maravilhosas, cinco estrelas para cada uma delas.
Manhã, incerto Janeiro.
Como todos devem de saber, as coisas não andam bem lá para os lados da Europa e do Oriente Médio, enfim nada de novo debaixo do sol, aquela região está até o pescoço em conflitos que não parecem ter fim. As mesmas picuinhas de sempre, se me permitem dizer. Há aqueles que não se preocupam com tais acontecimentos, eu sim, em um mundo globalizado, o problema de um reverbera em problema para todos. Quando os países mais ricos padecem, os de escalão menor sofrem o dobro, o reflexo dessa anarquia toda acaba refletida nas prateleiras dos supermercados, nós empregos, enfim, quando não vazias as prateleiras, os preços flutuam mais altos do que o teto.
É manhã, Janeiro.
Estou a caminho da fábrica, já no ônibus, filosofando sobre essas coisas e tantas outras. Eu poderia mencionar alguns desses pensamentos que se passam no universo do meu ser. Aspectos gerais desde o nascimento até o final da vida, conceitos dos mais simples aos complexos, observações do nosso modo ser, de viver, escolher. A vida é cheia de mistérios, de incertezas, medos, somos parte da vida quando a vida toma parte de nosso ser. O ônibus ganha espaço nas ruas apertadas dessa cidade esburacada, logo mais estarei às portas da fábrica, e esse pensamento... Esses pensamentos são apenas devaneios e rabiscos no papel.