Tudo que é pequeno, incomoda
Quando o médico diz ao paciente ou alguém da família “temos um pequeno problema” pode saber que é a morte dando sinal de vida. E assim abrimos essa crônica lembrando que piolho, pulga, bicho de pé são animais pequenos, mas incomodam. Sem necessidade de tecer comentários sobre vírus (lembra né?) e o mosquito Aedes aegypti que daquele tamanhinho transmite quatro doenças. Continuando: E dente, por mais pequeno que seja, quando resolve doer incomoda mais que sapato pequeno em pé grande. E assim é o salário pequeno, casa pequena e consequentemente banheiro pequeno e cinco filhos pequenos, vontade de trabalhar pequena e carro... Epa! Lembrei de um carro pequeno e de nome curto (ou seria pequeno?) chamado fusca. Namorar dentro desse veículo era um incômodo alucinado.
Um objeto que gera incômodo é o cobertor no inverno. Puxa de um lado, descobre outro e isso lembra uma cama pequena e se o sonho lhe proporciona alegria, acorde. A chance de cair da cama - por ela ser pequena -, é grande.
Outro que se for pequeno, incomoda, é o caixão de defunto. Não o defunto ali colocado (sabe Deus como), mas à família. Nenhum familiar gosta de ver o entre querido ali, apertado, desconfortável. Não há explicação plausível para esse ‘pequeno’ incômodo. Mas eterno.
E antes que esse texto roube o tempo de alguém (e/ou perca a graça) encerro com um ponto final – Claro, e dois pequenos lembretes: 1° - quem tem o ‘coração pequeno’ não é boa companhia; 2° - e assento de avião é ... desconfortável.