SALÁRIO COTÓ
Francisco de Paula Melo Aguiar
Já se foi o tempo da carochinha.
Quem pergunta quer saber.
Sim! Isto mesmo.
No ano passado quem recebeu até dois salários mínimos não pagou Imposto de Renda ao Governo Federal, porém, este ano com o aumento do salário mínimo para R$ 1.412,00 (um mil, quatrocentos e doze reais), o brasileiro terá que cortar na carne, no osso e na picanha, porque o mesmo governo não patrocinou a correção da tabela com o aumento de isenção do Imposto de Renda.
Portanto, deu o famigerado aumento ao salário mínimo nacional com uma mão e tirou com as duas, deveria ter corrigido a tabela do Imposto de Renda ou ainda se digne o governo federal em assim fazer para deixar "cotó" tal cobrança para quem recebe até dois salários mínimos.
E até porque, o imposto está para o governo impostor, como a inveja que o invejoso têm de si próprio.
Isto mesmo, porque "quem poupa o lobo, sacrifica a ovelha", segundo o francês Victor Hugo (1802-1885), romancista e ativista dos direitos humanos, o mesmo autor de "Os miseráveis", obra clássica mundial.
E até porque no calor da campanha política para a presidência da República, o então candidato que foi eleito, já pregava no deserto para a população nacional que se eleito iria isentar do Imposto de renda quem recebesse até cinco mil reais.
Por que agora o governo nem isentou de pagar o imposto de renda para quem recebe cinco mil reais de salário mensal e ainda penaliza quem ganha dois salários mensais que antes era isento?
É fato de que só a classe dominante tem razão para suas inconsistências ilógicas para justificar o injustificável.
Na realidade, "o homem é livre para fazer o que quer, mas não para querer o que quer", no dizer do filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860).
A receita é cobrar mais para manter as despesas incontroláveis do dia a dia da alimentação do leão nacional faminto que não paga aluguel, impostos federais, estaduais e municipais, também não compra cesta básica, gás de cozinha, gasolina, diesel, álcool, gás automotivo, não paga passagem, etc, etc.
A máquina da administração federal, estadual e municipal que paga tudo é o contribuinte, CPF e CNPJ.
Nunca vá com tanta sede ao pote já que os pés não chegam, a população tenta até corrigir a injustiça social em cada eleição, porém, sempre fica com a máscara na mão, esperando a próxima eleição, assim como o carnaval anual para desabafar suas mágoas na folia durante os três dias da festa de momo.
É certo e não errado que impostos federais, estaduais e municipais não tem ideologia a favor do contribuinte que é obrigado a pagar, porque dai a César o que é de César.
A folia impostora é ideologia de todos (da direita, da esquerda, do centro, etc), porém, dança quem quer e que não quer no pagamento de impostos diretos e indiretos nas três esferas de governos.