Mundano

Em qual esquina a gente se perdeu?... em que momento da vida começamos a perceber nossas inúmeras transform(ações)?... nossas inquietações...

O mundo que um dia conhecemos, já não é mais o mesmo... nem nós somos... quantas "personas " desenvolvemos para chegar até aqui?... qual delas temos que nos livrar para amadurecer de fato?... encarando o reflexo frente ao espelho, não nos reconhecemos... envelhecemos ou rejuvenecemos?... não sabemos.

Quem frustrou nossas ilusões?... nossas expectativas cheias de "boas ações " e intenções, morreram no vácuo da inércia alheia; mas, que isso importa?... se fomos alheios à nós mesmos. Nosso mal está em expectar muito sobre os outros e ficar aquém do que verdadeiramente somos. Aceitamos as "vestes" que nos são oferecidas, como convidados de última hora do baile à fantasia... sem chances de melhor escolher o que trajar. E nossos trajes estão ultrapassados demais para caber em moldes que não nos servem, só servem para "agradar o gosto do freguês ", que se acha a "bola da vez". Não obstante, caminhamos arrastados, acumulando enfados... fardos que não nos pertence.

Todavia, quem pertence a si mesmo?... uma minoria pode bater no peito e dizer se amar e se respeitar, sem se sujeitar ao que ninguém quer ofertar... ainda que o amor próprio se mantenha no encalço do sujeito... portanto, é inevitável se defrontar.

Ficamos debruçados no parapeito das distrações, comparando-se com os outros... achando que a vida de todo mundo é perfeita (não é), menos a nossa... no entanto, quem são os outros?... frutos do nosso imaginário que se volta sempre para o lado de fora, não ameniza a tormenta do lado de dentro... a que devora... dias e horas... culminando sempre em revolta, e ela volta... com a fúria redobrada.

Que o mundo está de cabeça para baixo, já sabemos. O noticiário faz o "favor " ( ou desfavor) de sempre nos lembrar. Não será difícil constatar que muitos continuam de pernas para os ares, galgando "andares " que não levam a lugar algum, acumulando pesares. Talvez devêssemos recuar... mas sem retroceder... sem retornar para lugares que nunca nos couberam... voltando apenas para dentro... a nossa verdadeira casa... em perfeita desordem... esperando a gente voltar.

Qual é a hora certa de voltar pra casa?... se nossos pais não podem mais determinar... alguns, nunca estiveram por perto para esperar a gente chegar... é hora de se achegar!

Fênix Arte
Enviado por Fênix Arte em 15/01/2024
Reeditado em 30/07/2024
Código do texto: T7977200
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