A trambiqueira
Dina conversava com a Loira, sua amiga, esposa de um médico renomado, cuja fama pessoal no bairro, apesar do estatus e do glamour, nao era das melhores, principalmente com a dona do açougue.
Ela se queixava a Dina das dificuldades de comprar,
dizia que as pessoas eram invejosas e quando Dina se solidarizou, ela aproveitou e lhe pediu um favor:
- Dina minha amiga, só você. No momento deixei a bolsa em casa você pode comprar cinco quilos de bife na dona Maria?... Amanhã te pago.
Dina, pra fazer média com a Loira concordou, talvez pensando em uma troca de favores, em função do marido ser médico na cidade e disse:
- tudo bem amiga, eu ponho no meu crédito lá e quando você me der o dinheiro pago a dona do açougue. Vou já mandar a minha prima, que mora comigo comprar e levar na sua casa.
Como disse o fez. Mariazinha foi ao açougue e comprou os bifes, que interrogada por dona Maria, do destinatário, o disse, Dina. E assim a dona do açougue fez a anotação e Mariazinha seguiu para entregar a loira, que recebeu a encomenda.
No fim do mês Mariazinha foi buscar o dinheiro pra pagar o açougue e loira não estava em casa e nem deixou dinheiro algum.
Dina agoniada reclamou com Mariazinha de não ter sido mais astuta. E Mariazinha respondeu:
- ora Dina, eu não tenho nada com isso. A amiga é tua e quem deu crédito foi você.
Discussões a parte e dona Maria do açougue, queria receber.
Dina não queria contar a seu esposo e a confusão se agravava.
Quase de noitinha, já na hora de fechar o açougue, Mariazinha seguiu calada até o local e perguntou a dona Maria:
- quanto devemos pelos 5 kilos de bife?
Dona Maria respondeu:
- são vinte cruzeiros.
Mariazinha abriu a bolsinha, que guardava os troncos, que recebia por certos favores e pagou.
Chegou em casa e disse:
- proto Dina, pra acabar a confusão tirei do meu dinheiro e peguei os bifes.
Como resposta nova confusão. Dina queria, que Mariazinha dissesse, que quem pagara o bife fora ela.
Nesse instante, charlando num carro a loira passa com o médico, fala com a Dina, nada diz do dinheiro e vai-se como se estivesse tudo bem.