O Spleen de Paris

Textão em pleno pré carnaval, é para os fortes, é sobre o baço, mas o fígado tem que tá bom.

Adolescente tem suas manias. Comigo não foi diferente.

Uma delas, mantenho até hoje, era( é) ter sempre a mania de guardar textos em caderninhos, acho isso o máximo.

O "Spleen de Paris" é um desses que transcrevo abaixo, pois vira e mexe releio. Pense numa leitura de muitos ensinamentos.

"Spleen": "palavra inglesa que significa "baço", órgão que os antigos gregos relacionavam aos sintomas da melancolia, o "spleen" caracterizava sentimentos relacionados ao "pessimismo, ceticismo e um irresistível tédio..."(tá no google, mas é por ai o significado).

O baço tem um papel importantíssimo para a nossa imunidade, pois ele filtra o sangue e elimina o que não serve, resumidamente é isso que ele faz, os universitários podem me socorrer.

É fato, quem tem depressão tende a ter imunidade comprometida, portanto ruídos a parte da minha ignorância, mas vou por este viés, percebam como é importante o significado que o autor inspira com o "embriague-se"...Deu vontade de marcar um bocado de amigo das alternativas, espiritualidades e afins, mas devido ao "etiquetês", vou deixar para os meetings.tapioquês, etc e tal.

Assim concluo que o negócio é fazer o baço feliz e manter a imunidade em alta...E vamos ao texto:

O Spleen de Paris

Charles Baudelaire

É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.

Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.

E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: “É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso! Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.”