Moby Dick

Hoje recebi um convite inusitado para ir à praia. Eu, sendo um sonhador pobre e inocente, acreditei que minha vida mudaria. E será que não mudou? Uma coisa é certa: talvez nem escreveria este texto se não fosse por isso.

Como pobre lobo solitário, fui olhar o mar enquanto o encarava. Pensei que do outro lado pode ter alguém que pensa como eu. Será que esse alguém me olhou de volta? Encarei as ondas que batem e, enquanto olhava para a linha do horizonte, pensei em quantos mistérios existem, desde monstros e piratas até navios naufragados e sereias de canto doce.

Molhei meus pés nas águas geladas, assim como a vida, fui adentrando mais enquanto respirava a maresia. Confesso que ao ver o mar e o céu cinza, me senti como o Capitão Ahab velejando dentro de um barquinho, onde as ondas batiam, ficava obcecado com o cheiro de Moby Dick, a busca incessante e impetuosa que o consumia. Eu podia me sentir empunhando aquele arpão quando olhei para o céu e a voz do anjo da guarda a sussurrar no meu ouvido: "Porque seu destino não pode ser o do profeta Jonas, só depende de você." Voltei à realidade, me despedi da vaidade que ali deixei.

Antes de ir, fiz questão de dar "tchau" para meu amigo desconhecido que fica do outro lado do mar.

Luizzanette
Enviado por Luizzanette em 13/01/2024
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