Pergunta pro Google

Acordei hoje me perguntando como a gente conseguia viver antes do Google. Não que eu seja tão novinha. Sou da chamada Geração X (dos nascidos entre meados dos anos 60 até 1979). Nem internet tinha ainda. Mas honestamente não lembro como era não ter a solução imediata, na palma da mão.

Sim, para trabalhos escolares recorríamos às enciclopédias, íamos à biblioteca, recortávamos revistas antigas. Mas, e para aquela dúvida dilacerante, que precisamos de uma resposta urgente, tipo: quanto mede o Tom Cruise? Não tinha como saber. Nem mesmo a revista Caras nos salvava. Lá víamos assim: “O ator norte-americano, Tom Cruise, 25 anos, …” mas nada da altura.

Perguntas existenciais, então! Tínhamos que recorrer à filosofia e à religião. Dá pra imaginar?!

Até a médicos tínhamos que ir! Não havia o Dr. Google para nos esclarecer que esse roxo no braço pode ser, tanto efeito de uma batida, quanto de um câncer. Difícil, viu!

E nas viagens, que hoje só colocamos o destino no Google Maps e nem olhamos mais as placas? Tínhamos que usar mapas de papel, aqueles dobrados setecentas vezes. Ou pior, perguntar pra outro ser humano a direção correta! Eu sei, eu sei… um horror!

No meu caso ainda não era tão ruim porque o meu pai sabia TODAS as respostas. Nunca admitiu que desconhecia algum assunto. Sério, de física nuclear ao preço da batata, era só perguntar que ele te dava uma explicação detalhada. Com uma convicção que nem um doutor de Harvard possuía.

Também, com aquele nome… Noé. O cara da Bíblia que vem convencendo as pessoas há mais de 4 mil anos que colocou todos os animais do mundo, em pares, numa arca e sobreviveu com eles em alto-mar durante um ano e 15 dias?! Meu pai era o rei da persuasão. E do deboche, óbvio.

Mas voltando ao Google. Ele está para nossa civilização assim como o oráculo de Delfos para os gregos. E nem me façam falar do chatGPT!

Instagram: @mirandaboth_