O REINO
A cidadela dorme, como se ainda houvesse um rei.
Enquanto, em seus muros, os sentinelas refletem tal Estado em relaxamento.
O poder foi corrompido, juntamente com o que antes se tinha por justiça.
E a massa, ocupada em seus afazeres, tristemente sobrevive na áurea da ignorância e da necessidade.
Os lábios dos que entendem a real situação, são calados por vontade de outras forças, amarras e forcas, para obriga-los a dizer que o rei não está desnudo.
E nesta falsa realidade, onde se dá a inversão do certo pelo errado, as mentes do alto da realeza, escrevem as leis ao bel prazer, em forma de sofisma e interpretações esdrúxulas, açoitando inocentes e cooptando os ganhos de ladrões e cúmplices, que lhes beijam as mãos na formação de pactos sinistros e nefastos.
Os conselheiros do simbólico rei lhes mantém longe do povo, para que o mesmo não sinta a rejeição e a fata de respeito e desprezo pelo soberano morto vivo.
Nesse reino de fantasia, a única medida é a de imposição de impostos, para saciar a fome dessa putrificada monarquia... Que cairá, não por ataques de inimigos externos, mas pela fome, que o fará corroer por dentro, qual a fome dos seus próprios súditos.