João sem Barro 🌚
Entendi que não tem como mudar o mundo, essa década, decadente, onde somos sobreviventes.
Olho pelo buraco da fechadura e vejo o planeta terra, onde estão de plantão todos os zumbis.
Eu tento me esconder das confusões e de repente, volto para o meio do fogo.
A cabeça dá uma reviravolta no passado e eu volto para aquele quarto desarrumado.
Tudo quebrado e um cheiro horrível de bebida, sendo que não senti cheiro de drogas nenhuma!
Não sei como identificar.
Deixei os barcos partirem e fiquei no meu caos.
Tinha interesse em ajudar o afogado.
Olhando para os meus pequenos, eu achei que era uma boa solução.
Ajudar na salvação mesmo eu me sentindo completamente perdida.
O tempo foi passando e as percas aumentando eu me apegava em oração.
Dia e noite.
Noite e dia.
Não salvei ninguém!
Apenas rezei e me salvei
Abandonei a batalha e tentei me restaurar.
A vida começou a ficar bonita o caminho mais leve, apesar da vida corrida.
Os zumbidos não se foram e eu me mantive longe das confusões.
Até onde posso correr
Os pequenos cresceram e outros pequenos nasceram
E hoje com muita tristeza vejo eles arrumarem a mesa.
A assistirem a mesma confusão
Outro quarto bagunçado
No presente que não se livrou do passado
Sem pressa de futuro
Um caos premeditado
Desse estado falido
Que não tem nada a ver com o que eu tenho medo
Eu vivo querendo ser livre
Como um simples passarinho, apenas quero voar para longe
Mas continuo cuidando do meu ninho.
Saio da minha paz e me sinto mau
As vezes de longe sem me aproximar
A única coisa que posso fazer é rezar...