O Que Fazer Perante a Catástrofe?

No tumulto dos funerais, onde o plasma fétido dos pulmões de 260 mil cadáveres é inadvertidamente ingerido, somos forçados a encarar a realidade brutal que assola o país. A ausência de um plano estatal eficaz congela nossas faces, deixando-nos à mercê das desesperanças que pairam como uma sombra sinistra sobre nossas vidas.

O veneno do medo, administrado pela cicuta do governo, se espalha rapidamente, contaminando cada canto da sociedade. A falta de uma cobertura vacinal eficiente é um eco ensurdecedor das decisões negligentes que nos assombram. Malditas são as fotografias de um líder que, em sua indiferença, se torna cúmplice do genocídio que destrói centenas de famílias.

Na casa presidencial, um crápula ri desdenhosamente da morte alheia, mantendo-se no poder à custa do imobilismo do povo e do silêncio prostituído das instituições. Este déspota decrepito, que zomba da dor do seu próprio povo, é o reflexo de uma liderança corroída pela corrupção moral.

Aqueles que enfrentam a fome, cuja dieta é à base de ovos devido ao desemprego, são meros espectadores da insensibilidade dos governantes. A política neoliberal nega-lhes qualquer auxílio emergencial, empurrando-os para os limites da sobrevivência.

Diante de tal catástrofe, como resistir? A resposta surge no olhar atento aos que estão ao nosso redor. Em um ambiente permeado por caminhos obtusos, é crucial cuidar e amar as pessoas próximas. O sentido existencial fortalecido torna-se a âncora que nos permite suportar a tragédia biológica que nos cerca, alicerçados na presença daqueles que amamos.

Numa visão mais ampla, que abrange um país devastado por militares e liberais, a resistência coletiva se manifesta como a única salvação. Organizar-se é imperativo. Conscientizar as pessoas sobre a ineficiência do governo, pressionar sindicatos para suspender atividades econômicas nas ruas e cobrar ações dos partidos em prol dos mais humildes são passos essenciais.

Contribuir para o lockdown em situações críticas é um gesto de solidariedade, uma ruptura com o imobilismo que assola as massas. Nesse cenário desolador, onde a desgraça é tecida pelo descaso, a resiliência coletiva emerge como a força motriz capaz de transformar o lamento em ação, a tristeza em esperança.

05.03.2021

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 11/01/2024
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