MUNDO DE INCERTEZAS.

Inicia-se o ano de 2024.

Não há nada de novo para se comemorar, essa é a verdade não dita da humana. Para muitos povos, o ano novo ainda não inicia-se em primeiro de janeiro, essa data o faz apenas para aqueles que adotaram o calendário gregoriano. Ainda sim, essa parcela da humanidade comemorou com fogos de artifício à beira das praias, cidades, chácaras, em todos os lugares. Repetindo os anos anteriores, nesses campos de comemoração sobraram garrafas vazias e passos cambaleantes. O exagero é uma presença que nunca falha nas festas de final de ano. Não só beber exageradamente, também comer como se não existisse o amanhã.

Inicia-se o ano de 2024.

As guerras do ano que passou seguem a todo o vapor, e pelo que parece, ou melhor, pelo andar da carruagem não vão parar nem tão cedo. Poucos sabem e dos que sabem quase ninguém comenta o que está nu diante dos olhos de todos, essa parcela mostra-se cega quanto aos fatos. Não é questão de quando e nem como, o conflito mundial já começou, diferente dos dois anteriores, este, está envolvido em uma névoa tenebrosa, um perigo iminente. Em um piscar de olhos, um erro, o apertar de um botão precipitadamente, e tudo estará perdido para sempre. Diplomacia, palavras de paz, apertos de mãos, acordos, enfim, tudo não passa de mentiras, encenação e fingimento.

Inicia-se o ano de 2024.

E novamente o Japão é notícia principal nos jornais, um terremoto abalou determinada parte da ilha. Não é o primeiro e nem será o último, houve vítimas e prejuízos consideráveis, dadas as proporções, o estrago não foi maior devido o alto preparo dos japoneses nesse particular. Não é somente a terra que está tremendo, os vulcões nesses últimos anos estão despertando por todos os lugares, tempestades destruidoras e furacões nos quatro cantos do globo. A natureza de uma forma geral está se mostrando revoltada e indisposta com tantos absurdos e abusos causados pelo homem. Ou é o homem de alguma forma manipulando a natureza?

Inicia-se o ano de 2024.

Para muitas pessoas é apenas mais um ano que entra, a rotina do dia a dia logo tomará as rédeas da vida sem pedir licença. Aquelas muitas promessas feitas ao final do ano que terminou, promessas no calor da emoção e do momento, com toda certeza ficou no esquecimento de muitos. É o momento de retornar a empresa, trabalho, prazos, correria, buzinas, engarrafamento. Nada muda, as coisas seguem o curso de acontecimentos atropelados e imperceptíveis, a tirania do relógio impõe o seu ritmo. Somos descuidados demais para notar as mudanças que estão por aí, bem diante de nossos olhos. São noite e dias traiçoeiros soprados ao sabor dos quatro ventos.

Inicia-se o ano de 2024.

Não quero pensar muito no mundo, fatos, possibilidades disso ou daquilo, se vai ou não acontecer. O meu nível de loucura já está no máximo e não dá para incluir mais nada aqui. No que desrespeito aos meus projetos literários, não tenho grandes novidades. O meu trabalho está focado na poesia e contos, ambos, trabalhos de meus pseudo-heterônimos. Talvez, "eu não garanto nada", talvez eu comece um novo romance, vai depender muito de como vai ser o ano. Não estou com ânimo para continuar com as crônicas, também vai depender do curso da minha vida no palco desse mundo de incertezas. Como nos anos anteriores, igual a tantos brasileiros, sou aquele que também promete, planeja e termina por fazer tudo ao contrário, fazer o que, somente o tempo dirá.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 07/01/2024
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