Sempre faltava alguma coisa antes de você, não sei se foi o cheiro da chuva. Ou o toque das gotas nos meus dedos.
Eu nunca senti nada disso antes
Talvez eu estivesse isolado dentro de mim,
Porque a chuva nunca foi uma barreira
E eu nunca vi as gotas de chuva assim,
Sem causar efeito sobre mim...
Você tornava as coisas mágicas,
Como se soprasse vida em tudo
- incluindo a dor em mim.
Então, quando estais por perto
Tudo parece respirável e calmante
Como o cheiro da chuva e o toque das gotas em minha pele.
Frio,
Tremores,
Desejo,
Medo
................. vida!
Nunca pensei em me apaixonar pelas tuas gotículas ou sentir falta do meu corpo tempestade. Aprendi a perceber o amor de uma maneira poética e avassaladora.
Eu sempre leio sobre o amor ser difícil e drástico e isso diz muito de você e quase nada de mim... É a versão que mais ouvi dessa histórias, é de alguém que ficou com o coração partido. E fui ensinada a ser reativa as suas aproximações e o melhor professor foi você mesmo.
Ninguém conta como se sentem os apaixonados, poetas bêbados agarrados ao álcool em uma madrugada ouvindo as ondas bater na areia da praia e ver a beleza do mar gozar!
Ninguém escreve isso. E veja o que faz comigo! Escrevi... haha
E ainda que escrevam, sempre irão terminam com os mesmos sentimentos drásticos e despedaçados, como esse agora que sinto pela minha decisão de partir.
Então, antes de você, nunca pensei no amor sendo apresentado na chuva. Porque sempre achei que a dominava e que ja tinha visto o lado belo e o lado fúria... Mas você garotinho, me fez sentir saudade de sentir dor e vida ao mesmo instante que meu corpo se torne nuvens com trovões e lamentos de algum prazer íntimo.
Sempre me embriagava ao a senti o cheiro da chuva... Hoje, sorrio na mesmo proporção que ela se joga desesperada para a finitude do chão duro. A verdade é que nem senti o toque das gotas de chuva porque o verão do seu litoral é de um amarelo fogo que me fez morrer antes de ser alguma lágrima.