E O BOI NÃO LAMBE
Francisco de Paula Melo Aguiar
É loucura mesmo dizer você é meu ou minha e o boi não lambe.
Algo está fora do controle.
Tem algo desconstruido ou em decomposição mental.
Salvo melhor juízo, esse jogo de interesse em querer controlar o outro, tem provocado ansiedade de diversos naipes comportamentais e com finais infelizes em todos os sentidos da vida.
É um absurdo se pensar o contrário, porém, é possível alguém cometer suicídio ou fazer feminicidio, o que ocorre no mundo e no Brasil não é diferente, onde pelo menos quatro mulheres são assassinadas pelos companheiros ou ex-companheiros inconforrmados, algo análogo, como a vaca para defender a cria no cercado, em sentido contrário contra terceiros.
A grande diferença está no fato do homem ser racional e a vaca ser irracional.
A mente é o instrumento invisível que se faz visível, em saber controlar o corpo em todos os sentidos, e em sendo impossível em si mesma, é fato, quanto mais controlar a vida alheia ou o mundo que não lhe pertence, embora queira de qualquer forma controlar e pertencer.
O pertencimento gera conflitos positivos e negativos, suicídios, homicidios e feminicidios, isto mesmo, porque: "Os loucos às vezes se curam, os imbecis nunca", ex-vi o pensamento do escritor irlandês Oscar Wilde (1854-1900).
O que é do homem o boi não lambe, isso é uma gíria de pertencimento e ou controle da vida alheia, aplicada inúmeras vezes tanto pelo masculino machista, quanto pelo feminino na guerra social de controlar em todos os sentidos da vida do objeto sexual ou não que gera prazer de ter sem merecer.
O desespero mental gera despreparo para decidir o que quer: estar vivo(a) ou não, porque: "Entre mim e a vida há um vidro tênue. Por mais nitidamente que eu veja e compreenda a vida, eu não lhe posso tocar", na visão de Bernardo Soares, heterônimo do escritor português Fernando Pessoa.
Não se deve brincar de controlar ou descontrolar a vida como se brincava de bola de gude e patacho, (pedaço de pedra bruta) usando papel de carteira de cigarros e folhas de mato como moeda ou dinheiro, antes da Internet nos terreiros dos sítios e ruas do Brasil e quiçá do mundo.
A extinção de si e por si mesmo é o ponto inicial ou final do único controle e descontrole de viver ou não.