O "rapto" do Papai Noel
Faltavam dois dias para o Natal e o Polo Norte estava em polvorosa: Papai Noel havia sumido. Ninguém sabia o que poderia ter acontecido. Até que alguém disse ter visto um ser estranho com aspecto de um pássaro ter saído com o Bom Velhinho nas costas voando durante a noite. De início não pensou que fosse algo ruim, pois estava acostumado a vê-lo voando pelos céus com suas renas e trenós. Foram várias as buscas, mas nenhuma pista conseguiram.
Enquanto isso, em um local distante dali, em plena floresta amazônica, mais precisamente na cidade de Belém, na Ilha de Mosqueiro, na comunidade de Caruaru, uma das moradas da Matinta Perera, uma multidão, na sua maioria crianças, está à espera do Papai Noel. É que a Matinta Perera havia prometido trazê-lo para, pessoalmente, entregar presentes para os habitantes da comunidade. Como Noel saiu às pressas de sua morada, não teve tempo de trazer os brinquedos consigo, mas a Matinta prometeu-lhe que os presentes estariam à disposição dele para entregar às crianças, pois um grupo de homens e mulheres pertencentes ao Batuque da Matinta e ao Inova Amazon se dispuseram a trazê-los para serem entregues à criançada. O ponto de encontro do Papai Noel com essas crianças foi a Escola Maria Clemildes. E o porto do Caruaru foi o local escolhido para receber o convidado especial. Chegando ao Pará, Matinta colocou o Papai Noel em um barco e veio rasgando os rios locais até chegar ao Porto do Caruaru. Foi uma chegada triunfante! Ambos recebidos com a alegria da garotada e dos adultos também. Afinal não é todo dia que se tem dois seres tão importantes como visitantes. Matinta, Papai Noel e a multidão saíram em cortejo rumo à Escola, onde teve de tudo nesse dia: pintura, dança, carimbó, contação de história, literatura, lanche e distribuição de cestas básicas para as famílias.
Depois disso, a Matinta levou de volta o Bom Velhinho para o Polo Norte, onde teve que explicar direitinho o seu desaparecimento. Coisas de Matinta!