O ERRADO É CERTO

04JAN24

Muitas vezes me senti muito chateado ao ver que não agi como deveria. E era aquela chateação do tipo pernilongo em noite de muito sono. Dependendo do tamanho da cobrança perdia muito tempo remoendo meu erro. Já meus acertos mereciam, no máximo, um tapinha nos ombros e quando era algo excepcional, me dava um abraço.

Mas aí vem a sabedoria e, para mim sabedoria também é adquirida ao observarmos nossas ações cotidianas.

Sou um cobrador contumaz de mim mesmo, pois sou um observador atento ao entorno e agindo assim precisamos partir de um ponto central que, no caso, sou eu.

Quando o cotidiano é acumulado em décadas, a sabedoria chega por acréscimo.

Dessa vivência começo a perceber que o acerto perseguido com sacrifício, é um erro. Sim, ele desaparece até antes de ocorrer. O acerto gostoso, é aquele que dá prazer, por vezes só é assimilado tempos depois e aí tem um sabor único que fica, semelhantemente a um bom vinho, ele tem o retrogosto.

O acerto para ser certo, precisa ser natural, discreto, silencioso, quase imperceptível e que só se mostra com toda sua grandeza, depois, com o tempo, pois este, o tempo, é o pai da verdade.

Depois de toda essa "sabedoria" vejo que o erro é correto, pois é necessário ao aprendizado. Então vamos errando e acertando para dar sabor agridoce a vida. Saibam que o erro observado sempre acaba virando, naturalmente, um acerto.

Erremos.

Geraldo Cerqueira