O Grande Ponto agoniza

Hoje pela manhã estive em Natal. Visitei amigos e andei por algumas ruas da Cidade Alta (Camelôdromo, Beco da Lama, entre outros lugares). No Grande Ponto não há mais brilho, não há mais glamour, nem charme... Aquelas pessoas interessantes não circulam mais por ali. Não há mais razões para aquele bom e prazeroso bate-papo de qualquer hora. Resta agora um lugar que agoniza pedindo socorro para salvar sua História... O Grande Ponto de tantas histórias (e estórias) testemunhou, por exemplo, em janeiro de 1923 a partida dos cinco Escoteiros Andantes em um Raid Natal/São Paulo, viveu a Natal da Segunda Guerra Mundial, abrigou as principais manifestações políticas da cidade, festejou o natal durante o "Ciclo Natalino" nas décadas de 1960/70/80. Em cada noite do mês de dezembro havia uma atração diferente. Até fins dos anos de 1980, aquela área exibiu inúmeras vitrines iluminadas das mais importantes lojas da "Cidade dos Magos". Ainda no ano de 1968 o Grande Ponto recebeu a visita de Robert Kennedy (1925-1968), que veio para inaugurar a hoje abandonadíssima Praça Kennedy, homenagem ao seu irmão - ex-presidente americano - assassinado em 1963. Depois diversos artistas passaram por ali, grandes jogadores de Clubes de futebol do país (todos hospedados no então Ducal Palace Hotel), entre outras celebridades. Agora sua morte iminente... Estive na Praça Padre João Maria e fiquei sem acreditar no que vi: destruída... Completamente destruída. E olhe que esse trabalho de restauração foi feito recentemente, na administração do "sexto melhor prefeito do Brasil" - é mole? As fotos que ilustram meu texto provam o que aqui escrevo. A propósito, qual será o legado desse alcaide? Para mim, até agora, é aquele que destruiu Natal, capital do estado do Rio Grande Sem Norte.

Chico Potengy. 🌵

Chico Potengy
Enviado por Chico Potengy em 03/01/2024
Reeditado em 04/01/2024
Código do texto: T7968451
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