Se me perguntarem porque escrevo, direi que é porque preciso. Simplesmente.
Quando uma ideia é gerada em minha mente e não aborta, quando
se cumpre o prazo de sua gestação, ela tem que vir para fora, como a criança que, ao
chegar a hora certa, precisa nascer.
Tal como a criança, quando a ideia precisa vir ao mundo, ganhar vida própria, não há como
evitar. Como a criança, ela não escolhe hora nem lugar para vir à luz, nem precisa da ajuda
de estranhos, somente de quem a gerou.
Mas, para se desenvolver, a ideia precisa de nutrientes, que são as ideias inspiradas por
outros escritores, pelos acontecimentos do cotidiano, pelos frutos de nossos
relacionamentos e, logicamente, pelas musas inspiradoras.
Há ideias que brotam, se desenvolvem e desabrocham com facilidade, como nas gestações
sem complicações. Mas há aquelas que, no momento da eclosão incomodam, machucam,
como nos partos difíceis, demorados e muito sofridos.
Mas, como as crianças, cada ideia que geramos, nutrimos e colocamos no mundo são
criaturas únicas, especiais. Aprendemos muito com elas, como aprendemos também com
os filhos. Talvez, por isso, os escritores digam que cada livro editado é como o nascimento
de um filho. Criamos filhos para o mundo. Escrevemos para o mundo.