Se me perguntarem porque escrevo, direi que é porque preciso. Simplesmente.

               Quando uma ideia é gerada em minha mente e não aborta, quando

se cumpre o prazo de sua gestação, ela tem que vir para fora, como a criança que, ao

chegar a hora certa, precisa nascer.

               Tal como a criança, quando a ideia precisa vir ao mundo, ganhar vida própria, não há como

evitar. Como a criança, ela não escolhe hora nem lugar para vir à luz, nem precisa da ajuda

de estranhos, somente de quem a gerou.

               Mas, para se desenvolver, a ideia precisa de nutrientes, que são as ideias inspiradas por

outros escritores, pelos acontecimentos do cotidiano, pelos frutos de nossos

relacionamentos e, logicamente, pelas musas inspiradoras.

               Há ideias que brotam, se desenvolvem e desabrocham com facilidade, como nas gestações

sem complicações. Mas há aquelas que, no momento da eclosão incomodam, machucam,

como nos partos difíceis, demorados e muito sofridos.

               Mas, como as crianças, cada ideia que geramos, nutrimos e colocamos no mundo são

criaturas únicas, especiais. Aprendemos muito com elas, como aprendemos também com

os filhos. Talvez, por isso, os escritores digam que cada livro editado é como o nascimento

de um filho. Criamos filhos para o mundo. Escrevemos para o mundo.

 

Primavera Azul
Enviado por Primavera Azul em 31/12/2023
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