LENÇÓIS É UMA CIDADE espiritual (Bode?!) expiatória. Aqui é que casais se formam e desformam. Personagens se inventam. Personagens irreversíveis.
E A CULPA ainda cai por debaixo dos lençóis de uma pobre Lençóis. "A cidade foi RUIM comigo.”; “Horrível pro meu casamento!”; “NADA produzi!”; “Aqui, eu me perdi nas drogas, no álcool.”; “Aqui conheci fulano, fulana e cicrane”; “Aqui me perdi!”; “Eu que nunca mais volto praqui!”; (…) Não foram suas decisões… Que AQUI ninguém decide. A decisão o cidadão larga na rodoviária de sua cidade natal... deixa em cidades vizinhas, como resto de parto, deixa que as doulas os enterrem em terras férteis.
NUM QUARTEIRÃO você terá igrejas e templos, lojas e mercadinhos… bares e restaurantes, amigos e traficantes, amados e também amantes. Baixaria e curas diversas, música e… sei lá: “anti-música”? Fofocas cíclicas, muito mais atualizadas que o amanhecer de cada dia… Cumprimentos, olhares e acenos que parecem arrancar um pedacinho aparentemente pequeno de nossos rins. E também cumprimentos e acenos que nos envolvem como casulos contra todo o mal... Por que culpam tanto a cidade? Eu não reconheço esta “megera” na face do solo.
O que vejo é aquela coisa de terra que tudo dá, e que então "pede" pra ser explorada "ela que deu ousadia"… que todo mundo pede e implora, sem se perguntar se PODEM com tudo que tem.
(H.B)
foto: Rogério Grillo