Banquetes

Nesses tempos de banquetes fartos, relações vazias e corações frios... eu me abstenho!... farta que estou de vestir a personagem e contracenar nesse teatro antiquado... dessa temporada de vestes que tentam mascarar as verdadeiras intenções, maquiagens que forjam sorrisos... enferrujados... extintos desde a última temporada.... frustrada! ... ao suscitar algo que já morreu... presentes para comprar mais remessa de "afetos"... na tentativa tola de anular a falta de presença. Alguém já disse antes: " A elegância está na alma". Ser deselegante é mais autêntico em alguns contextos... quando a alma ainda não se purificou, nem apaziguou, mas há honestidade nos atos.

- Não, não serei conivente, não mais uma vez!... deixe eu cair suavemente no colo do esquecimento... é mais real e acolhe(dor)... poupa-me de muita dor, causada pelo fingi(dor), que se aproveita das festividades, da carência afetiva e emocional, para prolongar contratos de vínculos que não existem ... sucumbiram na realeza do tempo... que põe a prova qualquer laço mal feito... pois desata com qualquer movimento mais brusco e preciso... antes da primeira curva, bem antes da subida íngreme... quando se aproximam os percalços da vida.

A verdade pode ser dura, mas sempre será mais segura e apontará para o caminho certo... em sintonia com verdades que não precisam ser ditas, tampouco fazer sentido para ninguém, senão para nós mesmos... porque são genuínas e são nossas... é o que nos faz real, longe de caber no imaginário alheio e em suas expectativas e conveniências... é a nossa essência, é o nosso jeito de caminhar honesto, num mundo onde a desonestidade vence todos os dias, e tenta sempre recrutar mais um, sem precisar assinar qualquer termo, apenas concordar.

Sinto muito, esse ano não vai dar. " Ano passado eu morri, esse ano eu não morro."

Fênix Arte
Enviado por Fênix Arte em 29/12/2023
Código do texto: T7964251
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