Parei para ouvir
Eu parei.
Deitei, coloquei os braços sobre o corpo, e parei.
Ouvi meu coração bater;
Ouvi o silêncio;
Ouvi a angústia.
Mas pela primeira vez, não a desprezei.
Arma-lá com atenção duradoura ainda me provocava lágrimas.
Porém já havia há muito me familiarizado com elas.
Anjos e demônios caíram, renunciaram, desvaneceram.
Agora, restava o flagelo da mente solitária.
Parei, e ouvi
O turbilhão da vida particular seguia.
A incumbência de acompanha-lá agilmente se mostrava no entanto perpétua...
Parei, e ouvi
Um envoltório de tantas pessoas
Para um desamparo acurado.
Companhias fantasmas, consolos transparentes, significados vazios...
Parei, e ouvi
Impérios mentais com monarcas incontroláveis;
Coroas de autossabotagem;
E mandamentos desordenados.
Parei, e não quis ouvir mais
A ignorância é uma benção.