Se existiram as dez pragas no Egito, a décima primeira deveria ser ...............
Dona Ermengarda Vitalvina, ou Dona Vivi para os íntimos, estava decidida em transformar a decoração de Natal em algo digno de um épico bíblico, mas acabou desencadeando uma verdadeira guerra santa em sua sala.
Ao colocar as bolinhas coloridas na árvore, tudo parecia harmonioso. Ninguém se opôs, afinal, quem seria contra um adorno brilhante? No entanto, quando Dona Vivi resolveu acender o pisca-pisca, a multidão se dividiu como o Mar Vermelho. Alguns correram para a galera, outros para o quarto escuro em busca de refúgio.
O verde e amarelo da árvore, que deveriam simbolizar a união, agradaram judeus e fariseus, mas a paz durou pouco. Ao instalar o presépio, a confusão começou. Ao colocar Jesus no bercinho, uns queriam por Deus, outros queriam o Buda, alguns Alá e Maomé. Até a virgem Maria foi alvo de disputa, com alguns sugerindo a presença da rainha do mar, Iemanjá, em seu lugar.
José, coitado, foi substituído discretamente pelo Anjo Gabriel, enquanto um fervoroso carola decidiu fazer uma revisão teológica, contestando o número de reis magos mencionado por Mateus. Ele queria trocar um rei mago por um preto velho, trazendo uma nova perspectiva à história.
O que deveria ser um Feliz Natal tornou-se uma Torre de Babel em plena sala de estar. Dona Diva, no auge da confusão, soltou sua pérola: "Se existiram as 10 pragas no Egito, a décima primeira deveria ser essa praga de religião!"
E assim, entre risos e argumentos fervorosos, a árvore de Natal de Dona Vivi se tornou palco de uma batalha espiritual, onde a diversidade de crenças transformou a festa em um verdadeiro épico natalino.