Uma cor apropriada

 

 

Fim de ano chegando e a agenda das confraternizações toda preenchida. Lá vem a preocupação com o vestuário para cada encontro, pois são tantos os grupos dos quais participamos. E precisamos atender às especificações de cada um deles.

Assim pensando, resolvi dar uma voltinha nas lojas da cidade e não deixar para última hora as aquisições de roupas. Não sou tão exigente, mas confesso que fiquei meio atordoada com as cores nas vitrines. A moda está totalmente focada nas cores vibrantes – o que não faz muito o meu gênero. Cheguei até experimentar algumas peças, quase fiquei com um vestido verde, porém não deu. O meu bom senso alertou logo que eu descartasse a ideia. Acabei por adquirir modelos mais clássicos, no entanto dentro dos meus padrões de cores. Ou seria uma cor mais apropriada para a minha idade? Será que existe isso?

Voltando para casa me pus a pensar na influência das cores no nosso jeito de ser. Eu adoro azul, em todos os seus tons. Gosto de preto, branco, alguns tons de verde, um pouquinho do amarelo. De laranja e vermelho, quase nada. Mas amo o violeta e suas nuances – sabia que a cor violeta é a que mais se aproxima da perfeição? Ela é considerada a cor da transmutação. Tenho tentado usar outras cores no meu dia a dia, mas nem sempre consigo.

Há tempo, li alguns artigos sobre sons e cores e fiquei maravilhada com o aprendizado. É impressionante como nos harmonizamos ou não com determinadas cores e sons também.

Se partirmos do princípio de que tudo no universo se dá através de vibrações energéticas, incluímo-nos no todo e, assim sendo, é natural que soframos influência de tudo o quanto nos cerca. Terapias holísticas, como a Cromoterapia e a Terapia Sonora, trabalham com ondas de luz e sons para a cura.

Já se tem comprovação científica de que as cores e sons nos auxiliam no relaxamento mental e físico, mas é interessante saber que, em situações mais comuns, também podemos utilizar as cores e os sons para o nosso bem-estar. Começando pelos parques de diversões, o colorido toma conta de todos os brinquedos e atividades, para chamar a atenção da criançada e dos jovens. Nos hospitais, as cores preferidas, tanto em sua estrutura física quanto nas vestimentas dos médicos, são o branco, o verde e o azul. Cores calmantes, sendo os dois últimos, com maior frequência. O mesmo se estendendo para as clínicas médicas e odontológicas.

Em restaurantes mais populares observamos cores claras e alegres. Já nos mais sofisticados, cores mais sóbrias e papéis de parede com arabescos. No entanto, em bares e casas de show, as cores são vibrantes e quentes. Nos cafés e docerias, cada qual com a sua decoração: em tons marrons, lembrando o aromático cafezinho; ou nos bordados e rococós róseos, lembrando as doçuras saborosas!

Nos supermercados, se observarmos bem, cada setor é apresentado por uma cor. E o que mais chama a atenção é o setor hortifrutigranjeiro – a cor verde em todos os seus tons predomina, para passar a ideia de frescor e vitalidade dos produtos.

Nas vitrines das lojas, os manequins são expostos com as roupas mais chamativas para despertar o interesse dos transeuntes.

Paralelamente às cores, o som também é utilizado nos ambientes citados. Nos parques de diversões, músicas infantis ou de baladas se fazem necessários para instigar a alegria e o desejo da brincadeira, esse é o objetivo. Nas recepções das clínicas, o som ambiente acalma o paciente até a sua consulta.

Nos restaurantes – não importa se popular ou não, se cavaquinho ou piano – a música ao vivo harmoniza o ambiente. Nos bares ou casa de show, a música pode ir do forró ao techno, para a agitação total do público.

Nos cafés e docerias, de um modo geral, música ambiente. Já nos supermercados, as músicas acompanham as datas comemorativas – o objetivo é instigar o cliente para as compras.

Outro exemplo de cores e sons – hoje não tão aplicado – são os desfiles cívicos. As cores dos fardamentos das Forças Armadas e os hinos de cada uma delas, quando cantados ao som ritmado dos instrumentos, fazem o coração bater mais forte, lembrando-nos do compromisso com a Pátria.

São muitas as situações em que sofremos influência do ambiente, seja através das cores ou dos sons.

Por falar em cor, retomando meus pensamentos iniciais, fico aqui refletindo se há mesmo isso de cor apropriada à idade. Creio que devemos usar aquilo que nos faça sentir bem, sentirmo-nos à vontade, sentirmo-nos alegres. Por isso, vou voltar lá na loja e comprar aquele vestidinho verde...

Vanda Jacinto
Enviado por Vanda Jacinto em 23/12/2023
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