AGORA, SÃO TRÊS CRÔNICAS!!!!

Escrevo essa crônica, dentro de um clima de melancolia que passou a pairar sobre minha carcaça, desde que recebi a notícia de uma nova comorbidade, dessas que fazem você incorporar mais um medicamento de uso contínuo, e que vão me acompanhar enquanto ainda estiver me divertindo neste plano.

Anteriormente, entraram na minha rotina diária, há cerca de seis anos, dois outros fármacos de forma simultaneamente, um para baixar o colesterol e o outro para dar apoio à tireóide. Até então, nada interferira efetivamente no meu cotidiano, apenas exigiam a ingestão de uma pílula à noite, outra logo ao despertar e ponto final.

Na revisão anual de saúde desse 2023, o cardiologista ao medir minha pressão arterial constatou valores altos, ele mesmo ficou em dúvida e refez mais duas vezes o teste, com tempos espaçados e os valores não se alteraram.

A sugestão por ele proposta foi à compra de um aparelho de pulso, de marca tradicional, para que eu fizesse apurações três vezes ao dia, e que passada uma quinzena, retornasse ao consultório.

No dia marcado para o retorno, bati literalmente com a cara na porta do consultório. Depois de uma ligação, fui informado que o profissional partira para um congresso e que os horários marcados seriam posteriormente remanejados.

No final da semana seguinte teria um torneio de beach tênis no Espírito Santo e dois dias depois, quartas de final de um torneio de tênis no RIO.

Como a cada nova aferição da pressão arterial, os valores continuassem altos, consultei uma amiga médica, que indicou um medicamento adequado, que a princípio, deveria logo normalizar a pressão. Surpresa, a bendita resolveu não baixar. A médica resolveu então dobrar a dose.

Nova frustração, as aferições permaneciam resilientes, valores não se alteravam, mesmo passados dois dias de dose dupla. Acionei novamente minha amiga, que foi taxativa: suspenda imediatamente qualquer atividade física, que possa impactar essa pressão, que já está em patamar alto.

Caramba, pela primeira vez na vida, me deparo com um problema tão silencioso, e que parece de solução não muito simples, que está impactando direto, numa das ações que mais prezo na vida, a prática de esportes.

Vejam bem o que é essa vida, partiu dessa mesma profissional de saúde, ao verificar meus exames rotineiros de sangue, quando ainda trabalhávamos juntos, o sinal amarelo de alerta, deveria procurar com urgência um especialista, pois alguns indicadores do exame não traziam boas notícias. Não deu outra, agora os primeiros sinais da idade tornaram-se evidentes.

E agora, como conviver com esse misto de frustração e melancolia, que já gerou uma noite mal dormida, e o dia inevitavelmente vai precisar arcar com esse peso adicional, que sem pedir licença, foi se instalando em minha vida, sem chance de se negociar uma possível postergação.

Por outro lado, sei de muita gente que convive bem com essa comorbidade, mas por enquanto não consigui ainda revolver essa pedra do caminho.

Nunca fiquei tão ansioso por uma consulta médica, que provavelmente vai exigir uma batelada de exames, antes que se chegue ao veredicto final do problema.

Alcides José de Carvalho Carneiro
Enviado por Alcides José de Carvalho Carneiro em 22/12/2023
Código do texto: T7959725
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